O encaminhamento médico é o procedimento que um profissional faz para encaminhar o caso do paciente para outros especialistas. Esse processo pode ser feito de maneira simples, mas deve seguir algumas regras específicas, de acordo com o Conselho Federal de Medicina (CFM).
Assim como em outras profissões, os médicos possuem um conhecimento técnico aprofundado em uma área, e isso os impede de ter informações aprofundadas sobre tudo.
Um cardiologista, por exemplo, pode ter o conhecimento sobre algumas doenças tratadas por um ortopedista, mas não é a pessoa mais indicada para um diagnóstico ou tratamento.
Quando isso acontece, esse profissional deverá recorrer a um procedimento chamado encaminhamento de paciente.
Ao realizar esse procedimento, ele deverá enviar documentações relevantes sobre o primeiro atendimento prestado ao paciente e informar os motivos pelos quais a opinião do médico especialista está sendo requerida.
Esse encaminhamento pode ser feito tanto por um especialista de outra área de atuação quanto por um clínico geral.
Além disso, profissionais que não são médicos também podem receber ou realizar encaminhamentos – é o caso de psicólogos, nutricionistas e fisioterapeutas, por exemplo.
Por isso, preparamos este artigo sobre os itens mais relevantes de um encaminhamento médico.
O que é um encaminhamento médico?
O encaminhamento médico é o procedimento que um médico ou profissional de saúde realiza para solicitar o atendimento individualizado do paciente para um especialista.
Normalmente, esse procedimento é requerido quando há a necessidade de fazer uma avaliação mais completa do quadro geral do paciente, ou quando o profissional não se sente apto a realizar um diagnóstico ou emitir algum laudo.
Nesse sentido, os encaminhamentos médicos podem ser feitos para que uma avaliação mais aprofundada do caso seja feita ou simplesmente para dar mais multidisciplinaridade ao atendimento.
Algumas doenças ou condições de saúde requerem o atendimento ou tratamento feito por mais de um profissional.
Um caso em que isso acontece é nas doenças relacionadas à ortopedia. Muitas vezes, um ortopedista pode solicitar o encaminhamento para um fisioterapeuta ou vice-versa.
Há também casos em que endocrinologistas precisam de auxílio profissional de nutricionistas ou nutrólogos.
Assim, podemos dizer que há uma necessidade de um atendimento multidisciplinar, no qual os profissionais se complementam com os seus conhecimentos, visando sempre a saúde e o bem-estar dos pacientes.
Os planos de saúde podem exigir guia de encaminhamento médico?
Sim. De acordo com as normativas da ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar), os planos de saúde podem exigir o encaminhamento médico caso o paciente esteja buscando consulta com um especialista.
Por isso, de forma similar ao que acontece no SUS (Sistema Único de Saúde), o paciente deverá buscar uma primeira consulta com um médico clínico-geral.
Ao explicar o seu caso e as suas queixas principais, você pode solicitá-lo para que faça o encaminhamento para o especialista mais adequado.
Isso inclui consultas com profissionais que não sejam médicos como fisioterapeutas, psicólogos, fonoaudiólogos e nutricionista.
Por que é importante fazer uma boa gestão de encaminhamento do paciente?
A gestão eficiente dos pedidos e encaminhamentos do paciente é importante pois isso permite à sua clínica ou consultório alguns benefícios como:
- Melhor aproveitamento dos recursos humanos da sua empresa;
- Compreensão mais apurada a respeito da jornada do paciente;
- Organização de processos internos;
- Facilidade de explicar ao paciente quais são os próximos passos do atendimento;
- Tranquilidade para os médicos e outros profissionais a respeito de suas agendas.
Além desses pontos citados acima, pode-se dizer que uma gestão eficiente desses encaminhamentos também permite mais tranquilidade aos pacientes para continuar um atendimento médico.
Entre outras coisas, ele saberá que poderá contar com apoio multidisciplinar caso isso seja requerido no seu caso. Ou seja, ele estará sendo atendido sempre pelos profissionais mais indicados em cada fase do seu tratamento.
Como otimizar o processo de um encaminhamento médico?
O processo de encaminhamento médico deve ser feito de forma organizada e sistematizada. Para que isso seja garantido, alguns passos devem ser seguidos:
Tenha conhecimento sobre outros especialistas
Mesmo que você seja um médico recém-formado ou iniciante, é importante que você tenha conhecimento sobre outros especialistas que atendem na mesma cidade ou região.
Um dos primeiros pontos que todos os profissionais devem ter em mente é que na medicina não há concorrência, ainda mais se estivermos falando de especialidades diferentes.
Por isso, é preciso agir de forma profissional, indicando os especialistas aos pacientes de forma responsável e isenta. Se você estiver atuando numa clínica ou consultório médico que já conte com outros profissionais, poderá fazer o encaminhamento internamente.
Em todos os casos, é importante que o médico conte com uma lista de profissionais da sua confiança ou com reputação que possam receber os seus pacientes da melhor forma possível.
Isso também deve ajudar você a formar uma boa rede de contatos, visto que médicos que são indicados por você tendem a te olhar com bons olhos e agir com reciprocidade na indicação, se for o caso.
Crie parcerias com outras clínicas
Como dissemos no tópico anterior, ter uma rede de contatos é um passo importantíssimo que traz eficiência ao processo de encaminhamento médico.
No entanto, para melhorar ainda mais a forma com que isso se dá, o profissional pode fechar parcerias ou atuar juntamente a clínicas e consultórios.
Isso é importante principalmente quando estamos falando de especialidades que demandam algum tipo de estrutura específica.
Se você atendeu um paciente que terá que passar por alguns exames mais complexos, o ideal é encaminhá-lo para um profissional e para um estabelecimento que tenha essa estrutura para atendê-lo.
Nesse sentido, é fundamental que ao realizar o encaminhamento, o profissional tenha a noção do contexto e o ambiente de atuação do especialista que receberá o seu paciente.
Certifique-se de que os dados do especialista estejam atualizados
Para que uma ficha de encaminhamento médico seja preenchida da forma correta, os dados do paciente e do especialista devem estar preenchidos corretamente. Muitas vezes, ao fazer um encaminhamento, o paciente sequer conhece o médico ou o local de sua atuação.
Assim, manter os dados do médico (número do CFM, RQE, endereço e telefone) atualizados faz toda a diferença para que o paciente de fato busque e continue o atendimento ou tratamento.
Há casos em que, apesar do encaminhamento ter sido feito, o paciente acaba desistindo do atendimento por não saber onde o médico atende ou por estar muito longe de sua residência.
Portanto, além de manter os dados atualizados, você pode perguntar sobre as possíveis preferências do seu paciente. Lembre-se, além do tratamento médico ser o melhor possível, a experiência dada a ele também deve ser impecável.
Tenha um modelo de encaminhamento médico
Um dos grandes problemas enfrentados por estabelecimentos da área da saúde é não possuir modelos de documentação que possam ser utilizados por qualquer profissional.
Ao adotar um modelo único, que esteja de acordo com as diretrizes internas de sua clínica e, ao mesmo tempo, com as normatizações vigentes (do CFM, por exemplo), é possível reduzir as chances de confusões e retrabalho.
O ideal é que esse modelo de encaminhamento seja digital e funcione de forma integrada a outros sistemas da sua clínica, por meio de um prontuário eletrônico que permite a personalização de modelos de documentos.
Quando isso acontece, ao realizar a emissão desse encaminhamento, o médico responsável poderá ser acionado (caso esteja cadastrado no mesmo sistema/clínica), além de haver o arquivamento corretamente das documentações do paciente.
Como funciona um encaminhamento médico na prática?
Resumidamente, o encaminhamento médico jamais pode se dar de maneira informal.
Por isso, fazer o registro da solicitação e anexá-la ao prontuário do paciente é fundamental – isso permite mais segurança tanto ao médico que recebe a solicitação quanto para o paciente ao ser atendido.
Abaixo, algumas dicas sobre como deve ser preenchida a ficha de encaminhamento médico.
O que deve conter em um encaminhamento?
Tanto na saúde pública quanto no sistema particular, o encaminhamento médico deve seguir algumas regras específicas e conter determinados dados.
Uma das normativas referentes a esse documento está detalhada na Resolução CFM 1974/11 que trata dos documentos médicos. Nessa normativa, um modelo de guia de encaminhamento é fornecida e conta com os seguintes dados:
- Nome do estabelecimento;
- Carimbo do médico solicitante, com nº de registro CRM e RQE (quando aplicável);
- Data e hora;
- Número do prontuário e número do atendimento;
- Nome do paciente;
- Sexo;
- Data de nascimento e idade;
- Nome da mãe;
- Setor e leito (quando aplicável);
- Assinatura do médico responsável.
Além dessa normativa, há a bibliografia do Ministério da Saúde com orientações para profissionais da atenção básica sobre o encaminhamento para a atenção especializada. Essa bibliografia está dividida em vários volumes, de acordo com cada uma das especialidades médicas.
Qual a validade de um encaminhamento médico?
A validade para um encaminhamento médico é de até 60 dias corridos a partir da data de expedição do documento.
Como funciona um encaminhamento médico com CID?
Normalmente o CID (Classificação Internacional de Doenças) não é obrigatório nos documentos e fichas de encaminhamento. No entanto, é praxe dos regimentos internos em alguns planos de saúde que o CID acompanhe a guia de acompanhamento.
Isso faz com que o médico que pegar aquele requerimento saiba qual é a doença ou condição de saúde que terá de atender.
No entanto, vale lembrar que esse dado é sigiloso e deve constar apenas na documentação de acesso ao médico.
É necessário fazer um encaminhamento para todas as especialidades?
Sim. O ideal é que haja um protocolo bem definido dentro da clínica ou consultório, que obrigue os profissionais a realizarem o encaminhamento, independentemente da especialidade de destino.
Por meio do encaminhamento feito da forma correta, o profissional que irá atender o paciente já terá acesso a parte das informações, evitando certas perguntas ou situações que já foram feitas ou testadas antes.
Isso dá mais agilidade e assertividade ao atendimento, deixando-o mais eficiente para o estabelecimento e profissional de saúde, além de trazer mais tranquilidade para o paciente.
O processo de encaminhamento médico é o mesmo na Telemedicina?
Sim. Como dissemos anteriormente, o processo de encaminhamento médico é fundamental para dar fluidez e eficiência ao atendimento.
Por meio dele, o profissional que está recebendo o paciente que vem de outro atendimento já estará ciente das queixas e questões levantadas no primeiro atendimento.
Tratando-se de um atendimento remoto, prestado por meio de uma Teleconsulta, isso também se faz necessário. Ao iniciar o atendimento, o médico poderá abrir o prontuário eletrônico e verificar em quais questões ele pode ajudar esse paciente.
Além disso, quando falamos de planos de saúde, o atendimento por Telemedicina pode ser bastante útil em determinadas especialidades, como a psicologia.
Anteriormente, para conseguir marcar uma consulta com esse tipo de profissional, o paciente tinha que realizar uma consulta prévia com um clínico geral e solicitar o encaminhamento.
Atualmente, com o advento da Telemedicina, ele pode pedir esse encaminhamento numa consulta online, poupando assim tempo e energia.
Ao receber a ficha de encaminhamento, ele poderá optar por receber o atendimento via Telemedicina ou presencialmente, tendo toda a autonomia para escolher a melhor forma de ser atendido.
Como um software médico pode otimizar o processo de encaminhamento médico?
Hoje em dia, em praticamente qualquer profissão, é necessário contar com alguns tipos de ferramentas que facilitem a gestão e o trabalho do dia a dia. Nas clínicas e consultórios médicos, isso não é diferente.
Por meio de um software médico, o profissional poderá ter muito mais facilidade para fazer a sua ficha de encaminhamento médico. Isso porque neles há a presença de modelos pré-preenchidos das documentações médicas, de acordo com as normas mais recentes do Ministério da Saúde, da ANS e do CFM.
Realizando esse preenchimento e constando algum erro ou informação faltante, o software avisa ao profissional para que faça a revisão desse erro.
Além disso, há softwares como o iClinic que contam com uma integração completa entre as atividades da clínica.
Em ferramentas como o agendamento online, o paciente pode realizar a marcação de consulta de acordo com o cronograma previamente estabelecido pelo profissional.
Dessa forma, o paciente ganha mais autonomia, já que ele mesmo pode marcar a consulta no horário que considerar mais pertinente para ele.
É vantagem tanto para ele quanto para o profissional, que terá sua agenda sempre organizada e preenchida com os atendimentos, aumentando assim os seus ganhos.
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Conclusão
Como você pôde ver e aprender ao longo deste artigo, a realização adequada do encaminhamento médico é uma boa prática que traz eficiência e tranquilidade ao atendimento.
Olhando pelo lado do paciente, ele consegue entender melhor sobre quais são os protocolos e procedimentos sendo seguidos para o seu atendimento.
Além disso, ele tende a se sentir valorizado com um encaminhamento correto, visto que será atendido pelos profissionais mais qualificados para seus problemas.
Já para os profissionais que realizam o encaminhamento, essa é uma forma de fazer um bom networking e prestar um atendimento correto para todos os seus pacientes.
Pelo lado da clínica ou consultório, o encaminhamento dos pacientes pode ser uma forma de otimizar a gestão dos recursos humanos do estabelecimento, com os clínicos gerais atuando no primeiro atendimento.
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