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O que é e como funciona o conceito open health?

O open health ou “saúde aberta” visa criar um grande banco de dados nacional com as informações médicas da população. Essa tendência mudará a forma como abordamos o cuidado com a saúde no Brasil.

O conceito de open health é semelhante ao conceito de open banking. No open banking, os dados bancários da população são compartilhados entre as instituições financeiras.

Open health funcionaria de maneira semelhante mas, em vez de dados bancários, haveria a troca de informações de saúde entre o Sistema Único de Saúde e instituições particulares como hospitais, clínicas e consultórios. 

Um paciente, ao se consultar pela primeira vez com um médico, pode autorizar o acesso desse médico a todo o seu histórico de saúde como os seus exames prévios, prescrições, atestados, dentre outros registros. 

O que significa open health?

open health medica lendo tablet

O open health é uma iniciativa de compartilhamento de dados de saúde inspirado no open finance – modelo de compartilhamento de dados bancários – visando tornar os processos da área da saúde mais acessíveis, transparentes e integrados. 

O objetivo do open health é compartilhar as informações dos pacientes entre as instituições de saúde – hospitais, clínicas e consultórios – e planos de saúde. 

Os dados dos pacientes a serem compartilhados seriam:

A ideia é que, tendo acesso a todos esses dados, os médicos possam ter maior capacidade de tomada de decisão no tratamento de pacientes, principalmente em atendimentos emergenciais.

Uma vez que esses dados estejam disponíveis e compartilhados entre profissionais e instituições, os pesquisadores podem desenvolver novos tratamentos e melhores formas para prevenir e diagnosticar doenças com mais facilidade.

Open health no Brasil e no mundo

Nos últimos anos, o Brasil vem investindo em ferramentas de transformação digital na área da Saúde, um exemplo é a  Rede Nacional de Dados em Saúde (RNDS)

A RNDS é uma plataforma de troca de dados em saúde. 

Ao longo de sua evolução, a RNDS está se constituindo como uma plataforma informacional de alta disponibilidade, segura e flexível, de forma a favorecer o uso ético dos dados de saúde. 

Além disso, o tratamento dos dados coletados pela plataforma possibilita a inovação, a pesquisa e o surgimento de novos serviços que resultem em benefícios para a população e para o Brasil.

Seguindo essa tendência, surgiu também a ideia de colocar em prática o conceito de open health, no entanto, a promessa era de que essa plataforma fosse lançada em novembro de 2022, mas até hoje a plataforma ainda não está operante. 

O sistema já pode ser observado em iniciativas em curso em países como Estados Unidos e França. Nos EUA, por exemplo, o compartilhamento de dados passou a ser exigido pelo Affordable Care Act (ACA). 

Com um sistema de saúde privado – e caro –, os americanos usam a informação como uma arma para comparar as opções de tratamentos e planos, de forma digital e prática

Quais os benefícios do open health para o setor de saúde?

Compartilhamento de dados de forma automatizada

O sistema de saúde aberto permite o compartilhamento de dados e informações entre as instituições de forma sigilosa e segura, com a autorização do paciente. 

O open health facilitaria o acesso ao histórico de pacientes por médicos, hospitais e operadoras de saúde, o que resultaria em maior qualidade de atendimento, diagnóstico e tratamento de doenças diversas.

Essa partilha de informações também facilitaria os processos de troca de plano de saúde, pois, em questão de segundos, a nova operadora teria acesso aos dados desse paciente e realizaria a portabilidade dos seus dados, o que, atualmente, pode levar meses.

Acesso aos dados por meio de diferentes mídias

Há alguns anos atrás, a maioria dos documentos médicos como prescrições, atestados e exames eram apenas impressos e armazenados localmente. 

Como resultado, aquela informação se tornava restrita a apenas a instituição onde aquele documento foi escrito. 

Hoje, a tecnologia atua como um facilitador, pois transformando um documento físico em digital, ele poderá ser compartilhado com todos os envolvidos, armazenado em um meio seguro e resistente a falhas. 

Além disso, os processos se tornam mais rápidos, eficientes, seguros e, principalmente, rastreáveis.

Outro benefício do open health é facilitar o acesso dos dados dos pacientes em diferentes mídias. 

Agora, por meio de diferentes softwares médicos, é possível visualizar as informações dos pacientes em diversas mídias, como no computador ou no smartphone. 

Melhora a tomada de decisão

Médicos estão acostumados com a tomada de decisão. Desde o manejo de pacientes complexos até o cuidado emergencial, a habilidade de decidir sempre está presente na medicina. 

Além disso, geralmente existe um tratamento padrão para aqueles sintomas e doenças que já foram bastante estudados. 

O tratamento padrão diz respeito aos exames e/ou tratamentos sobre os quais já houve um consenso entre os médicos de que eles demonstraram ser eficazes e, portanto, devem ser normalmente recomendados às pessoas.

Contudo, algumas das doenças podem não ter um tratamento padrão, principalmente aquelas que são complexas e difíceis de serem diagnosticadas e tratadas.

Durante muitos anos, o principal obstáculo na área da saúde era conseguir coletar os dados, pois os métodos existentes eram totalmente analógicos, o que exigia muito tempo e pessoas envolvidas em uma única tarefa.

Atualmente a falta de acesso a exames prévios, laudos, imagens, prescrições, atestados e outros registros de procedimentos nos leva a procedimentos mais demorados ou tardios para determinadas situações críticas.

Personalização do atendimento

Oferecer um atendimento individualizado é uma maneira de demonstrar respeito, empatia e atenção com os pacientes.

Clínicas e consultórios precisam estar atentos a essa realidade, pois o atendimento médico personalizado também traz impactos positivos para a saúde e para o bem-estar dos pacientes

Sendo assim, além da vantagem competitiva, o tratamento das pessoas que buscam pelo atendimento se torna mais eficiente.

É importante manter todos os registros centralizados, de forma que a equipe possa ter acesso aos dados  de atendimento e encaminhamento, enquanto os médicos podem acessar as informações confidenciais. 

Com uma integração de dados eficiente, você consegue ter acesso a todas as informações do seu paciente antes mesmo da consulta. 

Assim, ele não precisa contar todo o seu histórico médico, e consegue ver que você realmente se preparou para atendê-lo.

Para ter essa centralização de dados, contar com a ajuda da tecnologia é essencial. 

Um prontuário eletrônico pode garantir que todas as informações dos seus pacientes fiquem disponíveis em uma única tela, sem ocupar nenhum espaço de memória do seu dispositivo eletrônico. 

Gera maior confiança na relação médico-paciente

A relação médico-paciente é baseada na interação e sentimentos entre o profissional de saúde e a pessoa que necessita do serviço médico. Apesar de ser uma relação profissional, ela exige empatia e conexão.

Com o compartilhamento de dados médicos é mais fácil estabelecer uma relação de confiança entre o profissional e o paciente.

Você pode passar mais tempo conversando e examinando o paciente e menos tempo buscando informações e perguntando sobre o seu histórico médico.

Com um prontuário eletrônico que tem uma anamnese adaptada ao seu estilo de atendimento, além de outras seções, campos e calculadoras personalizadas, você agiliza ainda mais a sua consulta.

O cadastro de pacientes do iClinic, por exemplo, permite que você adicione dados pessoais, dados complementares (etnia, estado civil, profissão, dados de familiares), convênios e gera um histórico de consultas automático.

Ou seja, ao atender os pacientes pelo sistema, você consegue saber os status dos agendamentos, quantas vezes aquele paciente foi atendido, em qual data e em quais horários.

O prontuário eletrônico do sistema é outro diferencial, porque além de ser completamente personalizável, também é possível anexar arquivos, imagens e exames.

Possibilita mais ofertas de serviços

Com o compartilhamento de dados clínicos com empresas que oferecem produtos e serviços de saúde, é possível criar produtos e serviços mais compatíveis com a realidade clínica do paciente.

Assim, com base nessas informações, as empresas poderão entregar soluções melhores e mais customizadas. 

A expectativa é que o open health acelere o desenvolvimento de tecnologias para explorar toda a capacidade e as possibilidades do mercado, entre empresas consolidadas e start-ups, reduzindo custos e aumentando a eficiência.

Mais autonomia dos pacientes

Por meio do open health, os pacientes podem comparar as melhores opções para cuidados com a sua saúde. 

Ou seja, os pacientes podem comparar tratamentos, exames e outros procedimentos, tanto por qualidade quanto preço, em diferentes empresas.

Evolução da medicina de precisão

A medicina de precisão busca oferecer um tratamento individualizado para cada paciente, levando em consideração aspectos como genética, características biológicas, influências ambientais e outras características.

Ao incorporar tecnologias de monitoramento que permitem utilizar a maior quantidade possível de informação sobre o paciente, a medicina de precisão passou a garantir  um diagnóstico mais preciso e um tratamento mais efetivo.

Essa prática permite, por exemplo, identificar quais pacientes têm maiores chances de se beneficiar de uma medicação específica ou de ter efeitos colaterais mais sérios.

Além disso, também é possível identificar a predisposição de uma pessoa a certas doenças, ou seja, antes que elas se manifestem clinicamente, possibilitando o tratamento precoce e a prevenção.

Redução dos custos da medicina privada

O open health representa uma mudança de chave para o sistema de saúde ao  proporcionar maior competitividade para as empresas e benefícios claros para a população. 

O compartilhamento de dados com empresas e profissionais incentiva a entrada de novas empresas no mercado, diminui a concentração no setor, aumenta a concorrência e a competitividade de preços. 

Principais desafios na implementação do open health

Segurança da informação

A segurança da informação diz respeito à proteção de determinados dados, com a intenção de assegurar que eles estejam acessíveis somente aos seus responsáveis de direito, ou às pessoas às quais foram enviadas.

Qualquer tipo de adulteração pode ser muito grave, impactando diretamente na saúde dos pacientes. Além disso, o uso indevido dos dados pode gerar penalidades como infrações e pagamento de multas.

Para ter certeza de que as normas estabelecidas estão sendo seguidas, é importante verificar os sistemas e plataformas utilizados, observando se há autorizações e políticas de privacidade disponíveis.

E a preocupação com a proteção dos dados nas clínicas é maior, uma vez que as informações registradas estão protegidas pelo sigilo médico, que trata de um dos princípios da ética médica

As informações referentes à saúde de um determinado paciente são pertinentes apenas ao médico e a ele próprio. Dessa forma, o profissional só poderá revelar essas informações em situações muito específicas.

Lei Geral de Proteção de Dados

A Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD) visa garantir a segurança dos dados confidenciais. 

Por isso, trata com mais rigor os dados passados entre os sistemas das próprias instituições da área da saúde, entre clínicas e hospitais, laboratórios ou operadoras de saúde. 

Além de precisar ser autorizado pelos pacientes, o compartilhamento destas informações só poderá ser feito se as mensagens forem criptografadas, ou seja, codificadas.

Para as clínicas e instituições médicas, a LGPD é aplicada por meio da Lei 13.787 de dezembro de 2018, que regulamenta a utilização dos Prontuários Eletrônicos do Paciente (PEP).

A partir da aplicação da LGPD, sua clínica se tornará responsável pela segurança de todas as informações armazenadas em seu banco de dados.

Diante disso, juridicamente falando, a criação do open health se tornou ainda mais difícil, tendo em vista que as informações de saúde são vistas como sensíveis pela lei e devem ser protegidas.

Compliance no setor de saúde

Um programa de compliance determina uma variedade de regras e procedimentos necessários para as práticas realizadas em uma instituição. 

Posturas de ética, transparência e qualidade na gestão pautam as principais exigências estabelecidas.

Com o open health, as clínicas médicas teriam de investir ainda mais em sistemas e soluções que garantam compliance corporativo. 

De modo a assegurar que apenas os dados autorizados pelos pacientes sejam acessíveis, assim como esses sejam devidamente notificados a quem as informações estão sendo compartilhadas. 

Além de manter a transparência entre as duas partes, também é preciso qualificar os sistemas de proteção contra invasões, vazamentos ou softwares malignos.

Como profissionais de saúde podem se preparar para essa mudança?

Para se preparar para as mudanças, é essencial se manter atualizado, não só em relação aos assuntos médicos, mas também com questões que envolvem a necessidade de modernização e integração de ferramentas digitais.

Acompanhar a inovação requer facilidade para operar os novos sistemas de gestão médica, o que inclui marcação de consultas, envio de resultados de exames, prontuários eletrônicos, Telemedicina, entre outros.

É fundamental estar sempre atento aos avanços da tecnologia na saúde, que estão acontecendo a todo momento para se manter atualizado. 

Portanto, mesmo sendo um tema em ascensão, a tendência tem tudo para se tornar realidade ao longo dos próximos anos

Então, para que você esteja devidamente preparado, é essencial conhecer o conceito de forma aprofundada.

Como modernizar e otimizar processos na sua clínica médica?

De uma forma geral, você deve focar nas necessidades do paciente, melhorando a estrutura e se tornando mais acessível.

As informações dos seus pacientes estão no papel? Eles precisam aguardar várias horas na recepção para serem atendidos? 

O erro mais comum é assumir que uma boa consulta basta para fidelizar os pacientes. Isso era verdade no passado, mas hoje, as expectativas mudaram. 

As gerações da era digital não conseguem imaginar um mundo sem as inovações tecnológicas. Esses pacientes não querem marcar consultas em um consultório que anota tudo no papel

Eles esperam ferramentas como prontuário eletrônico, agendamento online, Teleconsulta, e assim por diante.

A melhor forma de alcançar esse objetivo é contar com um software médico especializado em gestão de clínicas e consultórios.

Um sistema médico de qualidade reúne todas as soluções que você precisa em um único lugar. O iClinic, por exemplo, possui uma variedade de funcionalidades, como:

Com essas funcionalidades, você finalmente elimina o papel no seu consultório e investe na melhor tecnologia para seus pacientes

Conclusão

O open health será uma ferramenta poderosa para melhorar a tomada de decisão e desenvolver planos de ação eficientes para preservar o bem-estar da população, além de promover políticas públicas de saúde mais eficazes. 

Como observamos, a integração é uma jornada e não um projeto, ou seja, começar a fazer algo agora ajudará todos a viabilizar um cenário futuro de open health, quando ele acontecer. 

Por isso, desde já é importante investir em ferramentas de integração como softwares médicos, prontuário eletrônico, agendamento online e Telemedicina. 

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