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5 vantagens de utilizar o Protocolo de Manchester em clínicas e consultórios

Protocolo de Manchester: o que é e como funciona?

O Protocolo de Manchester é um método de classificação de riscos que prioriza os atendimentos de urgência e emergência nas instituições de saúde.

Usado em mais de 25 países, até hoje o método se mostra essencial para minimizar o problema da superlotação de unidades de saúde.

Um estudo da Revista Eletrônica de Enfermagem discute como a priorização dos atendimentos mais urgentes auxiliam na gestão das instituições.

“o   protocolo   de   Manchester  […] além  de minimizar  o  tempo  de  espera  para  os  pacientes  com  demandas  prioritárias  de  atendimento,  a  identificação  da  demanda  […]  é  útil  para  direcionar  os  gestores  dos  serviços de urgência acerca das necessidades futuras de atendimento dos pacientes, tornando-se uma ferramenta de gestão importante.”

Neste artigo discutiremos como funciona o protocolo de Manchester e as vantagens em utilizá-lo na sua instituição de saúde. 

Abordaremos desde a importância da tecnologia no processo de triagem até as estratégias para aumentar a eficiência do atendimento. 

Se você é um profissional da área da saúde e deseja melhorar o processo de triagem de pacientes de sua clínica ou consultório, continue neste artigo!

O que é o Protocolo de Manchester?

O Protocolo de Manchester é um método de triagem de pacientes que os separa levando em consideração a gravidade do seu quadro clínico. Situações de urgência ou emergência (risco de vida) são priorizadas.

Ou seja, mesmo que um paciente tenha chegado em uma unidade de saúde com uma enxaqueca há duas horas, se uma pessoa com pulmões obstruídos chegou há 2 minutos, ela será atendida primeiro.

O nome do método de triagem foi escolhido por conta da cidade no qual foi criado, Manchester, onde médicos e enfermeiros de 9 hospitais da cidade, no Reino Unido, criaram o protocolo de 1994 a 1995.

Classificação de Manchester no Brasil

No Brasil, o primeiro registro da utilização do Protocolo de Manchester aparece em 2008, no estado de Minas Gerais, como parte da política de saúde pública do estado de Minas Gerais. 

Hoje, a Classificação de Manchester é amplamente utilizada em unidades de pronto atendimento (UPAs) de hospitais e clínicas de todo o Brasil. 

A aplicação do protocolo é regulamentada pela Portaria nº 2.048/2002 do Ministério da Saúde, que estabelece diretrizes para o funcionamento dos serviços de urgência e emergência em todo o país.

Desde a sua implementação no Brasil, o Protocolo de Manchester tem se mostrado uma ferramenta eficaz para a gestão do fluxo de pacientes nas unidades de saúde, contribuindo para a qualidade do atendimento e redução dos tempos de espera.

A aplicação do Protocolo de Manchester no Brasil pode variar de acordo com as particularidades de cada instituição, como as características da população atendida, o perfil de demanda e os recursos disponíveis. 

Por isso, é fundamental que a implementação do protocolo seja adaptada à realidade de cada unidade de saúde, garantindo a sua eficácia e segurança.

Como funciona o protocolo de Manchester?

O protocolo de Manchester funciona por uma triagem na qual a gravidade dos casos é classificada por cores. Os profissionais de saúde devem avaliar o quadro clínico do paciente e colocar uma pulseira com a cor correspondente.

A pulseira não representa um diagnóstico, apenas mostra a identificação do nível de risco do quadro daquele paciente.

Após a classificação, é necessário uma monitorização e reavaliação, porque a condição clínica do paciente  pode agravar ou amenizar com o tempo.

Veja a seguir a classificação de cores do protocolo de Manchester:

Esse uso de cores é importante para que os atendimentos sejam feitos no tempo que os pacientes precisam, levando em consideração a limitação de recursos da instituição, como profissionais de saúde e equipamentos.

O processo e tempo de atendimento se tornam mais previsíveis, o que facilita a auditoria, controle e avaliação dos casos da unidade e do desempenho da equipe clínica.

Para o método de classificação funcionar na prática, estes são os instrumentos mais comuns que são necessários:

Quem pode aplicar o protocolo de Manchester nas clínicas? 

De acordo com a resolução Nº 661/2021 do Conselho Federal de Enfermagem, a função de classificação de risco e priorização é privativa do enfermeiro

Entretanto, médicos também podem ser encarregados dessa responsabilidade, dependendo da situação da instituição de saúde.

O protocolo exige conhecimento e habilidades específicas para a avaliação ágil do quadro clínico dos pacientes, o que requer treinamento e capacitação constante da equipe de saúde.

Por isso, segundo a resolução, o responsável pela aplicação do protocolo de Manchester deve realizar cursos de capacitação específicos desse protocolo. 

A resolução também estabelece que para garantir a segurança do paciente e do profissional responsável pela classificação, deverá ser observado o tempo médio de 04 minutos por classificação de risco, com limite de até 15 classificações por hora.

5 vantagens em utilizar o Protocolo de Manchester

1. Diminuição da superlotação

O método de classificar os pacientes de acordo com a gravidade dos quadros clínicos auxilia na prevenção da superlotação das unidades de saúde.

Os casos menos urgentes, por exemplo, são encaminhados para outras instituições. Assim, a unidade foca apenas nos casos de emergência e urgência, sem lotar a sala de espera.

2. Padronização do atendimento da equipe clínica

O protocolo de Manchester é baseado em um processo organizado que deve ser seguido para todos os atendimentos, de acordo com seu fluxograma de avaliação.

Logo, a avaliação das condições dos pacientes é a mesma, independentemente de qual profissional faça. Sem essa padronização, os profissionais de saúde poderiam discordar sobre certos casos.

Além dos atrasos, discussões e intervenções, uma falta de consenso entre as equipes poderia afetar o trabalho em conjunto, algo essencial ao lidar com situações de emergência.

Com o protocolo, há um método único a ser seguido e não há brechas para grandes discussões.

3. Redução dos óbitos

Em uma quantidade considerável dos casos, o tempo de resposta é a chave para salvar vidas. Um sistema que ajuda a priorizar quem deve ser atendido primeiro auxilia a salvar o maior número de vidas possíveis.

4. Aumento da segurança do paciente

A segurança do paciente envolve diversos aspectos, como a qualidade do atendimento, tempo de espera, segurança das informações e experiência da equipe médica.

O protocolo de Manchester permite que os profissionais atendam os pacientes no tempo máximo de espera, sem colocar em risco suas vidas, o que contribui para o aumento da segurança.

Além disso, com a padronização do atendimento e diminuição da superlotação, a qualidade de trabalho de todos os profissionais aumenta e o mais beneficiado é o paciente.

5. Garantia de qualidade de trabalho e satisfação do paciente

A partir do momento que o desempenho da equipe médica aumenta com a ajuda do protocolo de Manchester, a satisfação dos pacientes também aumenta progressivamente.

Afinal, eles sabem que os casos emergenciais e urgentes serão priorizados e terão uma estimativa de tempo de quando serão atendidos.

Como implementar o Protocolo de Manchester nas clínicas ou consultórios?

1. Eduque a equipe da unidade de saúde

Sem conhecer o protocolo de Manchester e sua importância, a equipe de profissionais não conseguirá valorizar e se dedicar aos resultados que o método pode oferecer.

A recomendação é que uma palestra seja obrigatória para toda a equipe, na qual será explicada para a diretoria, coordenação do setor de urgência, médicos, enfermeiros e demais profissionais de saúde, o que é o protocolo.

É essencial que na apresentação, seja compartilhado:

Dessa forma, todos os colaboradores da clínica estarão a par da importância do protocolo e trabalharão juntos para oferecer o melhor atendimento aos pacientes, respeitando as orientações do responsável pela triagem.

2. Capacite os profissionais de saúde

O GBCR (Grupo Brasileiro de Classificação de Risco) oferece um curso de certificação para profissionais que desejam ser classificadores do protocolo de Manchester.

O curso inclui aulas teóricas, estudos de casos clínicos e novas edições são lançadas com o intuito de atualizar o conteúdo. Geralmente a duração das aulas é de 8 horas para o curso presencial e 30 horas para o online.

Para obter o certificado, o aluno deve fazer uma avaliação e atingir pelo menos 60% de aprovação. A validade do certificado é internacional e deve ser revalidado caso o protocolo passe por uma atualização.

Caso algum aluno reprove no curso, pode tentar novamente após 30 dias.

3. Conte com a ajuda de um tutor da GBCR

Se você tem a intenção de adotar o protocolo na instituição, a GBCR orienta que entre 1 e 2 meses após a implementação, um tutor do grupo esteja presente no local.

Um profissional certificado deve receber o tutor, que atuará como um consultor nesse período de tempo, para tirar dúvidas, oferecer conselhos e apontar inconformidades.

O tempo de acompanhamento pode ser de 8 a 16 horas, dependendo da complexidade e demanda da unidade.

Após 30 dias da presença do tutor, o GBCR apresentará um relatório com sugestões de melhoria para a diretoria da instituição de saúde.

4. Invista na capacitação de auditores internos

Escolher profissionais para serem auditores internos exige um curso de capacitação que visa sistematizar orientações, padronizar o método e execução do Protocolo de Manchester.

O curso costuma ter a imersão de 6 horas e apenas quem já possui o certificado de classificador pode fazê-lo. Também é necessário ter 60% de aproveitamento na avaliação final.

A equipe de auditoria deve ter um enfermeiro e um médico. O ideal é que as auditorias sejam feitas mensalmente.

5. Passe por uma auditoria externa para ter um selo de qualidade

Para implementar o Protocolo de Manchester de forma completa, é necessário passar por uma auditoria externa que acompanhará a unidade ao longo do tempo.

Essa auditoria deve ser feita por 3 profissionais credenciados, sendo preciso que um deles seja médico. A avaliação ocorre em um dia útil de trabalho para avaliar os resultados da implementação.

Após passar pelo processo de qualificação GBCR e a auditoria externa, é possível receber um dos selos de qualidade:

A importância do uso da tecnologia no processo de triagem clínica

A tecnologia tem se tornado cada vez mais presente na rotina dos profissionais de saúde e pode ser uma grande aliada no processo de triagem clínica. 

O uso de dispositivos eletrônicos e sistemas médicos pode tornar a rotina da clínica ou consultório mais eficiente e segura para os pacientes.

Entre os equipamentos médicos que podem ser utilizados para melhorar a tomada de decisão sobre a classificação de risco estão o oxímetro de pulso, os monitores cardíacos e os aferidores de pressão arterial.

Em comum a esses três dispositivos, está a identificação dos sinais vitais dos pacientes, visualizados de forma rápida, possibilitando o encaminhamento e a classificação de risco adequada.

Nesse contexto, o uso de tecnologia na triagem clínica agiliza o atendimento e permite a identificação rápida de pacientes com risco iminente. 

Isso torna também o processo como um todo mais seguro ao evitar erros de avaliação e aumentar a confiabilidade do diagnóstico.

Por outro lado, sistemas médicos também trazem mais eficiência ao atendimento, uma vez que organizam melhor informações cruciais para os pacientes, como o seu histórico clínico.

Com o uso de um sistema médico com prontuário eletrônico, todas as informações do paciente estarão disponíveis muito mais rápido do que com os prontuários de papel.  

O prontuário eletrônico é um registro digital que inclui todas as informações dos pacientes como histórico, queixas, diagnósticos, tratamentos, exames, entre outros.

Ele moderniza o acesso às informações e seus registros podem ser atualizados a cada novo encontro com o paciente, seja por consultas presenciais ou por Teleconsulta.

Dessa forma, quando um paciente chega à clínica, a equipe pode digitar o seu nome no sistema e encontrar informações importantes que podem ser decisivas no seu atendimento. 

Outra vantagem da utilização de um sistema médico é a possibilidade de realizar um atendimento humanizado, levando em consideração a individualidade do paciente, suas necessidades e particularidades. 

Pois, o cotidiano da clínica médica normalmente é atribulado e acelerado, e nem sempre médicos e enfermeiros dispõem do tempo necessário para atender cada pessoa com a devida atenção.

Sendo assim, ao combinar a funcionalidade do prontuário eletrônico com a solução de gestão é possível automatizar e otimizar ainda mais o fluxo de trabalho da operação, melhorando a prestação de cuidados e a eficiência da equipe. 

Por meio da automação dos processos, a equipe médica pode dedicar mais tempo para os atendimentos individuais e no contato com os pacientes.

Como um sistema médico pode agilizar o tempo de atendimento na clínica?

Um sistema médico pode ser uma ferramenta valiosa para agilizar o tempo de atendimento em clínicas e consultórios. 

Ao usar tecnologia, é possível aumentar a eficiência e reduzir o tempo de espera dos pacientes. 

O iClinic, por exemplo, é uma plataforma que oferece diversas funcionalidades para otimizar o atendimento médico. 

Veja abaixo alguns exemplos:

O uso de um sistema médico pode ser uma solução eficiente para agilizar o tempo de atendimento em clínicas e consultórios. Com o iClinic, é possível ter acesso a todas essas funcionalidades e muito mais. 

Conheça mais sobre as funcionalidades da plataforma e faça um teste gratuito do iClinic. Sem compromisso e sem inserir cartão de crédito!

Como adotar o atendimento preferencial em clínicas e consultórios?

O atendimento preferencial é uma medida que visa garantir a equidade e acessibilidade a pacientes com deficiência ou dificuldade de locomoção. 

Além da priorização por nível de gravidade ou emergência, pessoas com deficiência ou necessidades específicas devem ter os direitos assegurados, como prioridade de atendimento, quando assim for indicado.

Esses grupos se complementam a outras categorias como idosos, gestantes e mulheres com crianças de colo, que tem previsão em lei para utilizar o atendimento preferencial.

Para adotar o atendimento preferencial na sua clínica ou consultório, siga os passos abaixo:

Ao adotar o atendimento preferencial em clínicas e consultórios, é possível garantir a acessibilidade e a dignidade de pacientes com deficiência ou necessidades específicas, oferecendo um atendimento respeitoso e humanizado.

Como funciona o modelo de fast track no fluxo de atendimentos?

O fast track é um modelo de fluxo de atendimento que busca reduzir o tempo de espera dos pacientes com quadros clínicos menos graves ou sem urgência.

Esse modelo, que pode ser usado em hospitais, clínicas e pronto-socorros, consiste em separar os pacientes em um grupo prioritário e um grupo não-prioritário.

No primeiro, estão os pacientes que apresentam algum tipo de quadro clínico grave. Os casos mais comuns incluem crises cardíacas, derrames, traumas e vítimas de acidentes.

Nesse caso, a prioridade está relacionada ao risco iminente de morte ou sequelas que podem ser geradas em decorrência da demora no atendimento.

Por outro lado, o grupo não-prioritário é formado por pessoas cujo atendimento pode esperar, pois não traz riscos graves ou permanentes à saúde do paciente. 

Casos não urgentes como infecções de ouvido, cortes superficiais ou doenças comuns como gripe em pessoas jovens fazem parte dessa classificação.

No fast track, os pacientes do grupo prioritário são atendidos imediatamente após a triagem. 

Já os pacientes não prioritários são encaminhados para uma área específica na qual são atendidos por outra equipe médica de forma mais rápida e eficiente, sem que isso prejudique o atendimento dos pacientes prioritários.

Essa divisão reduz o tempo de espera dos pacientes e aumenta a eficiência do atendimento, melhorando a qualidade do serviço prestado pela unidade de saúde. 

Além disso, o fast track permite que os profissionais se dediquem aos pacientes mais urgentes, garantindo a rapidez e a precisão no diagnóstico e tratamento, enquanto outra equipe atende os pacientes menos graves.

Estratégias para aumentar a eficiência no atendimento em clínicas

A eficiência no atendimento é essencial para uma clínica ou consultório médico. Pacientes que esperam muito tempo para serem atendidos podem ficar frustrados e insatisfeitos com o serviço prestado. 

Por isso, é importante ter estratégias que visem aumentar a eficiência no atendimento. Aqui estão algumas ideias:

Como fazer uma boa gestão de filas de atendimento?

A gestão de filas de atendimento é uma parte fundamental para garantir a satisfação do cliente e otimizar a eficiência das operações em clínicas e consultórios. 

Para isso, algumas atitudes são essenciais, como investir na criação de um ambiente acolhedor e prestar um serviço de qualidade para que o paciente tenha uma boa experiência.

Para fazer uma boa gestão de filas de atendimento, é necessário seguir alguns passos fundamentais, como:

Uma boa gestão de filas de atendimento é essencial para garantir um atendimento de qualidade e manter a satisfação dos clientes. 

Ao seguir esses passos, é possível otimizar a eficiência das operações, reduzir o tempo de espera e garantir uma experiência positiva para o paciente.

Conclusão

Em suma, a adoção de um protocolo de triagem e classificação de risco, como o Protocolo de Manchester, é de extrema importância para a otimização e eficiência do atendimento clínico. 

Com a utilização do protocolo, é possível padronizar o atendimento, aumentar a segurança do paciente, diminuir a superlotação, reduzir os óbitos e garantir a qualidade do trabalho e satisfação do paciente.

Além disso, existem outras ferramentas e conceitos que podem ser utilizados em conjunto com o protocolo de Manchester para tornar a triagem e o atendimento muito mais eficazes.

Sendo assim, é fundamental que as clínicas e consultórios busquem aprimorar seus processos de atendimento, adotando ferramentas e conceitos modernos para garantir a excelência do serviço prestado. 

Afinal, oferecer um atendimento de qualidade é fundamental para fidelizar pacientes e garantir o sucesso do negócio.

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