A inflação afeta toda a economia e o setor de saúde não é exceção. A inflação médica é o aumento dos custos na área de saúde, o que causa um forte impacto para profissionais e pacientes.
A inflação médica é causada por diversos fatores, incluindo o aumento dos preços dos insumos médicos, o aumento dos salários dos profissionais de saúde, o envelhecimento da população e as inovações tecnológicas.
Mas como a inflação médica é calculada? Quais são os principais índices e indicadores que os profissionais de saúde e economistas usam para avaliar a evolução dos preços no setor de saúde?
Neste artigo, vamos discutir a inflação médica no Brasil e explicar como ela é medida.
Descubra quais são os principais índices que acompanham a inflação médica, como eles são calculados e como eles podem ajudar a entender o comportamento dos preços no setor de saúde.
O que é a inflação?
A inflação é um aumento generalizado e contínuo dos preços de bens e serviços em uma economia ao longo do tempo.
Ela pode ser causada por diversos fatores, incluindo o aumento da demanda por produtos e serviços, a escassez de recursos, a impressão excessiva de dinheiro e o aumento dos custos de produção.
No setor de saúde, a inflação é causada por diversos fatores que levam ao aumento contínuo dos preços.
Um dos principais fatores é o aumento dos custos dos insumos médicos, como medicamentos, equipamentos e materiais utilizados em procedimentos médicos.
O envelhecimento da população e o aumento das doenças crônicas também contribuem para a inflação médica, uma vez que esses grupos exigem cuidados de saúde mais frequentes e complexos.
O aumento dos salários dos profissionais de saúde também pode levar ao aumento dos custos em serviços médicos.
Além disso, a inflação médica também pode ser causada pelo avanço tecnológico em medicina.
Novas técnicas cirúrgicas, medicamentos, equipamentos e dispositivos médicos são frequentemente lançados no mercado com preços mais altos do que os produtos que substituem.
Esses avanços tecnológicos são importantes para melhorar a qualidade do atendimento ao paciente, mas podem levar a custos mais elevados para os pacientes e para o sistema de saúde como um todo.
Qual a diferença entre inflação e deflação?
Inflação e deflação são conceitos opostos, que descrevem a mudança nos preços de bens e serviços em uma economia. A inflação é um aumento geral dos preços, enquanto a deflação é uma queda geral dos preços.
A inflação é influenciada pelo aumento da demanda por produtos e serviços, o aumento dos custos de produção e a impressão excessiva de dinheiro.
Já a deflação pode ser causada pela diminuição da demanda, pelo aumento da oferta de produtos e serviços e pela diminuição da quantidade de dinheiro em circulação.
Diferença entre a VCMH e o CMH
VCMH e CMH são índices que medem a inflação médica.
A VCMH (Variação de Custos Médicos Hospitalares) é um indicador que mede o aumento dos custos em hospitais e clínicas, incluindo salários, insumos médicos e outros custos relacionados à assistência médica.
Já o CMH (Custo Médio por Paciente) mede o custo médio de um paciente em um determinado período, incluindo consultas, exames e tratamentos.
O CMH é uma medida mais ampla, que inclui todos os custos de saúde, enquanto a VCMH se concentra nos custos hospitalares e clínicos.
A diferença entre a VCMH e o CMH é que a VCMH é mais específica e se concentra nos custos relacionados à assistência hospitalar e clínica, enquanto o CMH é mais amplo e inclui todos os custos médicos.
Ambos os índices são importantes para entender a inflação médica e os custos de saúde, mas cada um tem um foco diferente e deve ser usado de acordo com o objetivo de análise.
Como a inflação médica é calculada?
A inflação médica é calculada por meio de índices que medem o aumento dos preços de bens e serviços na área de saúde.
Esses índices são baseados em uma cesta de produtos e serviços médicos que refletem os principais gastos dos consumidores e das empresas no setor de saúde.
Um dos principais índices utilizados para medir a inflação médica é a Variação de Custos Médicos Hospitalares (VCMH), que já foi mencionada anteriormente.
A VCMH é calculada com base nos preços de produtos e serviços médicos que incluem insumos hospitalares, salários de profissionais de saúde, medicamentos e outros custos associados ao tratamento médico.
Outro índice importante é o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que é calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e mede a inflação geral da economia.
O IPCA inclui os preços de uma ampla gama de produtos e serviços, incluindo saúde, educação, alimentação e transporte.
Além desses índices, também existem índices específicos para medir a inflação de determinados setores da área médica, como o Índice de Preços de Medicamentos para Hospitais (IPM-H).
Esse índice mede a variação dos preços dos medicamentos utilizados em hospitais.
É importante ressaltar que a inflação médica pode variar de acordo com a região do país e o tipo de serviço de saúde. Portanto, é importante analisar os índices específicos para a região e o tipo de serviço que se deseja avaliar.
Período de apuração
O período de apuração é o intervalo de tempo em que os preços dos bens e serviços são coletados para calcular a inflação médica.
No Brasil, os índices de inflação médica geralmente consideram um período de 12 meses.
Amostra
A amostra é o conjunto de bens e serviços utilizados para calcular a inflação médica. Essa amostra deve ser representativa do consumo médio de bens e serviços na área de saúde.
Ela pode variar de acordo com o índice utilizado e tipo de serviço de saúde que se deseja avaliar.
Por exemplo, o IPCA-Saúde (Índice de Preços ao Consumidor Amplo – Saúde) é calculado pelo IBGE e utiliza uma amostra de bens e serviços relacionados à saúde, como medicamentos, consultas, planos de saúde, exames e internações.
Já a VCMH, que já mencionamos, utiliza uma amostra mais específica, com foco em insumos hospitalares, salários de profissionais de saúde, medicamentos e outros custos associados ao tratamento médico.
Custo das operadoras
As operadoras de planos de saúde têm um papel importante na formação dos preços na área de saúde e, portanto, são uma parte importante no cálculo da inflação médica.
Elas podem influenciar os preços de serviços médicos por meio de negociações com prestadores de serviços, como hospitais e clínicas.
O custo das operadoras é considerado nos índices de inflação médica, pois ele afeta diretamente os preços dos planos de saúde.
O Índice de Variação dos Custos Médico-Hospitalares (IVCMH), por exemplo, é um índice que mede a variação dos custos das operadoras de planos de saúde.
Ele é calculado com base nos preços dos serviços de saúde e nas negociações entre as operadoras e os prestadores de serviços.
A inflação médica no mundo
A inflação médica é um problema global que afeta vários países em todo o mundo. Em geral, os custos de assistência médica estão aumentando em todo o mundo, e a inflação médica é um reflexo disso.
Na maioria dos países a inflação médica geral gira em torno de 4% a 12%.
Alguns países têm enfrentado índices de inflação médica mais altos do que outros. Em parte isso se deve a diferenças em seus sistemas de saúde, taxas de envelhecimento da população, e acesso a tecnologias médicas.
O gasto per capita em saúde nos EUA chega a US$ 12 mil por ano, enquanto países como Reino Unido e Japão gastam quase 60% a menos.
Países como a Alemanha, França, Japão (apesar de ser menor que as dos EUA) e Suíça também têm taxas relativamente altas de inflação médica.
Em 2020, por conta da pandemia, houve uma grande queda na inflação médica no mundo, pois vários procedimentos eletivos foram adiados.
A inflação médica nos países da América Latina em 2018 foi de 2,4 pontos percentuais acima da média global, enquanto os custos médicos hospitalares nos países latino-americanos tiveram um acréscimo médio de 11,5%.
No mundo o reajuste foi de 9,1%, segundo estimativas do relatório internacional Medical Trends Around the World da consultoria Mercer Marsh Benefícios.
O levantamento é resultado de uma pesquisa com 225 operadoras de planos de saúde em 62 países da América Latina, América do Norte, Europa, Ásia, do Pacífico e Oriente Médio.
A inflação médica do Brasil é mais alta ou baixa comparado a outros países?
No Brasil, a variação dos custos médico-hospitalares (VCMH) ficou em 23% entre março de 2021 e março de 2022.
O que, por sua vez, representa um recorde histórico, visto que a média sempre foi de 10%, apesar de ainda ser menor do que a registrada no período anterior de 27,7%.
O serviço que mais contribuiu para o aumento da inflação médica foram as internações, que tiveram uma oscilação muito grande no período analisado.
A pesquisa Global Medical Trends 2023 produzida pela WTW, prevê que a tendência no custo dos benefícios de saúde no Brasil terá uma ligeira queda, alcançando o patamar de 14,8% em 2023, ante os 15,9% de 2022.
Globalmente, a taxa permanece alta atingindo 10% no próximo ano e espera-se aumentos maiores ou significativamente maiores nos próximos três anos, de acordo com a maioria das seguradoras pesquisadas.
A América do Norte é a única região onde se projeta um declínio na inflação médica, na qual a tendência deve cair de 9,4% em 2022 para 6,5% em 2023.
Inflação médica: impacto do imposto de renda no preço de medicamentos
A reforma do imposto de renda conferida na Câmara dos Deputados, desenvolvida a partir da PLL 2337/2021, prevê o corte das isenções de PIS- Cofins (Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social).
Essas isenções consistem em incentivos fiscais concebidos para diversos setores, como o setor da saúde na qual engloba: medicamentos, produtos químicos e farmacêuticos.
Essa reforma pode impactar uma série de pessoas e processos no contexto médico hospitalar.
Segundo a Sindusfarma, o fim desse incentivo pode aumentar o preço dos medicamentos em até 12%.
Com o aumento dos custos dos medicamentos, aumenta-se o desafio dos gestores de administrar as instituições de saúde para mantê-las competitivas no mercado.
Esse cenário aumenta o preço dos serviços prestados ao paciente e diminui o acesso à saúde à população no geral.
No sistema público, o impacto é visto de forma direta na quantidade de pessoas atendidas pelo sistema.
Quanto maior for o gasto de medicamentos e maior a média de permanência na instituição, menor a capacidade de atendimento.
Ao se tratar do sistema privado, a população também é afetada diretamente de forma negativa pela reforma tributária.
Com o aumento do preço direcionado pelo tratamento, a quantidade de pessoas que têm condições financeiras para optar por essa modalidade pode ser menor.
Tudo isso contribui para o aumento do desenvolvimento de eventos adversos como doenças e um possível impacto na gestão da qualidade de vida da população brasileira.
Além de afetar a saúde das pessoas, isso contribui para o aumento da inflação médica.
Agora, conheça demais fatores que contribuem para o aumento da inflação médica.
Outros fatores que influenciam o aumento da inflação médica
Segundo a pesquisa realizada pelo Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS), em 2030, os gastos das operadoras de planos de saúde com internações será na média de R$ 383,5 bilhões.
De acordo com os dados disponibilizados pelo IESS, cerca de 20% dos gastos de saúde suplementar são desnecessários.
Esses gastos podem ser decorrentes da realização de exames sem necessidade, prescrição de medicamentos e até o direcionamento de tratamentos inadequados.
Também podem ser decorrentes da não realização de processos de auditoria em saúde na instituição.
Ainda, a falta de interoperabilidade dentro da instituição, ou seja, a pouca integração entre os sistemas, pode causar ineficiência nos processos, inconsistências nos dados e gerar custos extras.
É um fato que, quanto menos acessíveis são os serviços de saúde, maior é a tendência da diminuição da qualidade de vida da população brasileira como um todo.
Todo esse contexto de gestão em saúde se agrava, se for levado em consideração que os altos custos são provenientes dos tratamentos realizados que não são adequados aos quadros dos pacientes.
O que gera um desfecho não satisfatório e pode trazer consequências irreversíveis para a segurança e para a saúde do beneficiário.
Ainda, esse desafio enfrentado por muitos gestores em saúde, contribui para o aumento do índice de sinistralidade, o que aumenta as barreiras para as instituições de saúde se manterem competitivas no mercado.
Ao analisar o modelo de remuneração das instituições de saúde, pode-se observar que a forma de pagar pelo atendimento prestado ao internado impacta nos custos de internação.
Pois, o modelo mais utilizado, o fee for service, não incentiva a realização de tratamentos baseado em valor, mas sim em quantidade de serviços prestados.
O papel do médico no contexto do imposto de renda e seu impacto na inflação médica
Nesse cenário, algumas práticas são adotadas por médicos para minimizar o impacto dos custos de internação no setor.
Desde pequenas alterações a grandes mudanças nos processos, descubra as principais alternativas amplamente utilizadas.
1. Direcionar recursos de forma inteligente
É fundamental direcionar tratamentos e procedimentos de forma mais otimizada possível, de acordo com a real necessidade do paciente e sem que haja o uso desnecessário de recursos valiosos como medicamentos.
Isso é possível a partir de um estudo constante.
Quanto maior o entendimento da situação clínica do paciente, maiores as chances de proporcionar um cuidado assertivo, isso é possível por meio de estudo e atualização constante do médico.
Logo, a busca por especializações, cursos livres, experiências práticas e outros formatos de aprendizado podem fazer a diferença no atendimento a ser direcionado.
E muito além do que estudar medicina, o estudo de técnicas e práticas para aumentar a adesão do paciente ao tratamento faz toda a diferença na saúde clínica do mesmo.
2. Adotar tecnologias para melhorar os processos
Para mitigar as consequências desse cenário, os médicos estão utilizando soluções tecnológicas que proporcionam a tomada de decisão estratégica embasada em indicadores.
Na área clínica , foi criado o software completo para médicos, o iClinic, que permite a gestão centralizada e otimizada do seu consultório, para proporcionar facilidade e eficiência no atendimento.
Na área de auditoria, foi criado o Carefy, o sistema completo de gestão da internação que gera mais de 130% de eficiência do time e diminui em até 40% a média de permanência.
O sistema também minimiza custos desnecessários da operação e pode gerar um ROI (Retorno sobre o Investimento) de até 100 vezes em 6 meses de uso da plataforma.
Essas tecnologias foram criadas para garantir que a experiência do paciente ocorra de modo satisfatório e que o ambiente tenha capacidade para atender com qualidade mais pessoas.
A inflação médica e a precificação de procedimentos na clínica
A inflação médica pode afetar diretamente a precificação de procedimentos em uma clínica, uma vez que os custos dos insumos médicos e dos salários dos profissionais de saúde estão em constante aumento.
Portanto, é importante que as clínicas considerem a inflação médica ao precificar seus serviços.
Ao precificar procedimentos médicos em uma clínica, é importante levar em consideração diversos fatores, como os custos dos insumos médicos, dos salários, do aluguel e manutenção de equipamentos, entre outros.
Além disso, a clínica deve considerar a inflação médica e as variações nos preços de insumos médicos e outros custos associados à assistência médica.
Como saber a margem de lucro da minha clínica ou consultório?
A margem de lucro é um dos indicativos financeiros e contábeis mais importantes de qualquer negócio.
Para as clínicas médicas, elas servem como um importante instrumento tanto para determinar o preço ideal a ser cobrado pelos serviços quanto para regularizar os custos na clínica.
A margem de lucro é a porcentagem de lucratividade sobre determinado produto, serviço ou empresa.
Para calculá-la, é preciso conhecer tanto os custos e despesas para a produção ou realização do serviço e também o preço de venda.
Conhecendo esses valores, é possível utilizar a seguinte equação:
margem de lucro = lucro bruto / receitas totais
Quanto maior é a diferença entre o preço de venda e o custo, maior é a margem de lucro.
Por exemplo, o valor de um procedimento é de R$1.000 e os gastos envolvidos na realização do procedimento são de R$450. O lucro bruto desse procedimento será de R$550 e a margem de lucro é de 55%.
Para saber a margem de lucro geral da sua clínica ou consultório, é necessário considerar todos os serviços oferecidos e os custos associados a eles.
É importante lembrar que alguns serviços podem ter margens de lucro maiores do que outros e que é necessário considerar as variações nos preços dos insumos médicos e outros custos associados à assistência médica.
Além disso, é importante monitorar constantemente suas finanças e fazer ajustes na precificação de seus serviços sempre que necessário.
Um software de gestão para clínicas pode ser útil para auxiliar na gestão financeira e no cálculo da margem de lucro.
Saiba como otimizar a gestão de processos e ter mais lucro na clínica ou consultório
Uma boa gestão de processos é essencial para manter a eficiência e a rentabilidade da sua clínica ou consultório.
A otimização dos processos pode ajudar a reduzir os custos e aumentar a produtividade, permitindo que você se concentre em fornecer um atendimento de qualidade aos seus pacientes.
Uma das formas de otimizar a gestão de processos é utilizar um software de gestão para clínicas, como o iClinic.
O iClinic oferece diversas ferramentas que podem ajudar a otimizar a gestão de processos e melhorar a rentabilidade da sua clínica ou consultório.
Por exemplo, o iClinic permite que você gerencie seus pacientes de forma eficiente, com recursos como agendamento online, prontuário eletrônico, prescrição eletrônica e gestão de faturamento.
Com o prontuário eletrônico, você pode acessar facilmente o histórico médico do paciente, compartilhar informações com outros profissionais de saúde e manter as informações atualizadas em tempo real.
Além disso, o iClinic oferece recursos de gestão financeira que podem ajudar a aumentar a rentabilidade da sua clínica ou consultório.
Outra vantagem do iClinic é que ele facilita processos essenciais, como o TISS (Troca de Informações em Saúde Suplementar), permitindo que você organize suas guias de consulta de forma eficiente.
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Conclusão
A inflação médica é um problema global que afeta diversos países em todo o mundo. No Brasil, a inflação médica é relativamente alta e tem impacto direto na precificação de procedimentos em clínicas e consultórios.
É importante considerar a inflação médica ao precificar procedimentos e manter uma política de preços transparente e justa para os pacientes.
Saber a margem de lucro da sua clínica ou consultório também é outro fator essencial para garantir a sustentabilidade do seu negócio.
A otimização da gestão de processos pode ajudar a aumentar a eficiência e a rentabilidade da sua clínica, com recursos de gestão de pacientes, gestão financeira e integração com outras plataformas.