O exame admissional é uma das obrigações que o empregador tem de cumprir ao contratar um profissional. Essa obrigação envolve a análise das condições médicas de um funcionário a ser contratado e avalia condições de trabalho às quais ele foi exposto anteriormente e os riscos envolvidos na nova função.
Como qualquer empresa, as clínicas e consultórios médicos devem contar com uma preparação dos recursos humanos para promover as medidas necessárias antes de efetivar uma contratação.
Muitos dos processos seletivos envolvem uma série de entrevistas e testes que analisam não só a capacidade técnica dos candidatos, mas também questões relacionadas à parte psicológica deles.
Essas características são fundamentais para que haja a escolha da pessoa mais indicada para a vaga, mas depois de finalizado o processo de seleção, é necessário iniciar a contratação.
Um dos primeiros passos para efetivar a contratação é o exame admissional.
Este exame serve para avaliar quais são as doenças e riscos ocupacionais decorrentes de trabalhos anteriores.
Além disso, o exame também é importante pois dá garantias tanto para a empresa quanto para o funcionário, a respeito de como está a saúde do colaborador antes da contratação.
Assim, alterações decorrentes da nova ocupação poderão ser verificadas por exames posteriores, tanto internamente quanto externamente.
Continue lendo para entender sobre como funciona o exame admissional, sua legislação, entre outros fatores.
Como funciona o exame admissional para profissionais da saúde?
Não há nenhum tipo de legislação específica para os exames admissionais para profissionais da saúde. No entanto, há algumas observações importantes para se fazer na contratação de profissionais para clínicas e consultórios.
Isso porque, dependendo de quais tenham sido as ocupações anteriores do colaborador, ele pode ter sido submetido a riscos ocupacionais específicos.
Técnicos de laboratório, por exemplo, podem ter sido expostos a produtos químicos e à radiação, itens que podem causar doenças ocupacionais graves a eles.
Por isso, o exame admissional deve ser conduzido pelo médico do trabalho, que deve ter a experiência e capacidade de identificar determinados fatores no paciente.
O exame é feito em formato de entrevista (anamnese), na qual o médico deverá fazer perguntas que envolvam tanto questões familiares e psicológicas como do antigo trabalho.
O médico deverá seguir com o preenchimento da ficha de anamnese e pode solicitar exames extras caso ache necessário. Com todas as informações necessárias em mãos, o médico poderá emitir o Atestado de Capacidade Funcional.
O que diz a lei sobre o exame admissional?
A lei que traz a obrigatoriedade do exame admissional na contratação de qualquer profissional que esteja sob o regime da CLT é a Portaria nº 3.214, de 8 de junho de 1978.
Essa lei traz as Normas Regulamentadoras (NR), que são normativas referentes à segurança e medicina do trabalho. A NR do exame admissional é a NR 7, do Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional.
Esse programa é obrigatório para todas as empresas, e de acordo com o item 7.2.3, ele deve ter caráter de prevenção, rastreamento e diagnóstico precoce dos agravos à saúde relacionados ao trabalho, inclusive de natureza subclínica, além da constatação da existência de casos de doenças profissionais ou danos irreversíveis à saúde dos trabalhadores.
Sendo assim, o exame admissional é obrigatório e deve ser possível avaliar e verificar todos os itens existentes nesta lei.
Tipos de exames admissionais e quando devem ser feitos
Existem alguns tipos de exames relacionados à saúde ocupacional e medicina do trabalho.
As caracterizações destes exames normalmente estão associados ao período em que são feitos – durante uma admissão do profissional numa empresa, troca de função ou retorno ao trabalho após afastamento por licença, por exemplo.
Admissional
É o exame que se faz num profissional que está sendo contratado pela empresa para o exercício da primeira função.
Serve, entre outras coisas, para avaliar a saúde pregressa do colaborador e declará-lo apto para exercer esta função e apontar possíveis riscos para a empresa.
Complementares
Os exames admissionais complementares são solicitados pelo médico quando há alguma questão de saúde que não tenha sido contemplada durante a anamnese.
Para o exercício de funções específicas, alguns exames diferentes podem ser solicitados. Exemplo disso é a audiometria, que deve ser feita para profissionais que irão trabalhar sob alto nível de ruído no dia a dia.
Outros exemplos são os exames de acuidade visual, a audiometria, raio-X e eletrocardiograma.
Periódicos
Os exames admissionais periódicos existem para avaliar a saúde ocupacional do profissional enquanto ele exerce uma função.
Esse monitoramento é importante para identificar possíveis alterações na saúde geral do colaborador, funcionando como uma espécie de prevenção.
Foca-se também em questões de saúde mental, pois trabalha no monitoramento do bem-estar dos funcionários.
Troca de função
Sempre que há uma troca de função do colaborador dentro de uma empresa é preciso realizar um novo exame médico. Isso porque, uma nova função deve trazer consigo novas exigências – sejam elas físicas ou mentais.
Ao realizar um exame desse tipo, o médico do trabalho avalia se o empregado deve ser autorizado a exercer a nova função pelo ponto de vista da sua saúde e possíveis riscos ou prejuízos à saúde geral dele.
Retorno ao trabalho
Sempre que um profissional ficar afastado por 30 dias ou mais do trabalho, seja por licença médica ou não, ele deve ser submetido ao exame de retorno ao trabalho.
Um exemplo clássico desse exame são as mulheres que tiveram a licença-maternidade concedida e passam alguns meses fora da empresa.
Durante esses meses, algumas alterações em sua saúde geral podem ser notadas e por isso, o exame se faz tão necessário.
Caso não haja nenhum tipo de alteração importante, o retorno deve ser autorizado por meio do atestado emitido pelo médico do trabalho, com observações referentes aos riscos envolvidos nesse retorno.
Saiba como montar uma equipe médica eficiente na sua clínica
Uma das dificuldades enfrentadas pelos gestores de recursos humanos numa clínica é trabalhar bem na formação de suas equipes.
Além da importância de contar com equipes eficientes na administração e recepção, um estabelecimento de saúde deve ter como carro-chefe a formação de uma equipe médica qualificada e multidisciplinar.
A clínica deve contar com profissionais como:
- Médicos generalistas;
- Médicos especialistas;
- Enfermeiros e técnicos em enfermagem;
- Nutricionistas;
- Psicólogos;
- Fisioterapeutas, entre outros.
Ao contratar estes profissionais, um gestor de RH ou administrador do estabelecimento deve levar em consideração os aspectos técnicos, psicológicos e humanos de cada um deles.
Veja quais são as etapas para montar uma boa equipe e não erre nas contratações!
Entenda o funcionamento de um contrato de prestação de serviços médicos
Um contrato de prestação de serviços médicos é um dos instrumentos para formalizar a parceria entre um médico e a clínica em que ele atua.
Para isso, esse documento deve conter algumas das obrigações e direitos de cada uma das partes envolvidas no negócio.
Vale salientar que o contrato por si só não exclui o vínculo empregatício, mas fazê-lo da forma correta pode fazer com que haja uma maior segurança jurídica quanto a isso.
No contrato deve ficar claro sobre a possível subordinação do contratado, horário para a realização dos atendimentos e cláusulas que apontem o que deve ser feito em caso de descumprimento por alguma das partes envolvidas na operação.
Como funciona a construção de um RH em clínicas médicas?
Uma das principais dúvidas enfrentadas por um gestor de clínica médica é saber quando deve-se investir no estabelecimento de um setor de recursos humanos.
Mesmo que esse gestor goste de participar dos processos de admissão e demissão na clínica, ficar por conta deles pode ser muito desgastante, inclusive trazendo danos à imagem do gestor ou da própria clínica.
Por isso, contar com um profissional ou uma equipe que trabalhe para melhorar os processos de seleção e aumentar a satisfação dos colaboradores é fundamental.
O investimento em um setor de RH normalmente se dá quando há um número suficiente de funcionários e outros ramos não são mais capazes de trabalhar no gerenciamento das contratações, demissões e avaliações de desempenho.
Para implementá-lo, você pode optar por contratar um profissional com qualificações em recursos humanos ou contratar uma empresa terceirizada.
Cada empresa sabe o que funciona melhor para a sua organização. Enquanto no primeiro caso você ganha mais personalização, construindo equipes baseadas na cultura da sua empresa, a terceirização traz eficiência por meio da rapidez e redução de custos.
A gestão de pessoas na clínica médica
Entender quais são as necessidades e prioridades dos profissionais que atuam na sua empresa é fundamental para mantê-los satisfeitos e trabalhando em prol da sua clínica.
Parte desse processo só é possível por meio de uma gestão de pessoas feita de forma eficiente e focada não só na qualificação profissional, mas também na satisfação dos colaboradores que atuam na empresa.
Muitos profissionais não se sentem desmotivados apenas por questões salariais ou por jornadas exaustivas de trabalho, mas porque não se sentem valorizados como pessoas em seu local de trabalho.
Se não há um processo que seja capaz de ouvir suas demandas e dar posicionamentos importantes para eles, é possível que esses profissionais trabalhem cada vez menos motivados e levem menos engajamento para as suas atividades dentro da clínica.
Isso traz um círculo vicioso, com muitos colaboradores agindo de forma indiferente ao sucesso da empresa.
Assim, possíveis problemas de comunicação ou atendimento podem surgir e trazer efeitos danosos tanto à qualidade dos serviços quanto ao seu faturamento.
Por isso, ter um time direcionado para a gestão dos talentos que trabalham na sua clínica e que seja capaz de entender as suas demandas faz muita diferença. Entenda como essa gestão de pessoas pode ser feita e os benefícios que ela pode trazer para a sua clínica médica!
Dicas para treinamento de recepcionistas e secretárias de clínicas
A equipe de recepção e secretariado é uma das partes mais importantes dos recursos humanos de uma clínica.
De certo modo, podemos dizer que eles funcionam como uma fachada do estabelecimento – se a fachada é feia ou sem harmonia, isso se reflete na percepção que as pessoas têm do estabelecimento como um todo.
Isso porque, normalmente estes profissionais são as primeiras pessoas com quem os seus clientes têm contato. Por isso treiná-los de forma assertiva e eficaz é primordial para otimizar a qualidade dos seus atendimentos como um todo.
Confira neste artigo algumas dicas de treinamento para recepcionistas e secretárias de clínica!
Entenda o conceito da clínica ampliada
Um dos modelos de atenção à saúde que mais têm ganho espaço e destaque nos últimos anos é o conceito de clínica ampliada.
Esse conceito permite um intercâmbio maior entre profissionais de diferentes especialidades e coloca o paciente no centro da maior parte dos processos e decisões.
Num modelo de clínica ampliada, o paciente recebe o atendimento necessário, que pode ser feito inicialmente com um profissional generalista (clínico-geral).
Porém, caso esse profissional ache necessário, pode pedir um encaminhamento de seu caso para um ou mais especialistas.
Por exemplo, um paciente que busca atendimento por dores nas pernas pode acreditar que está indo num médico apenas para buscar uma prescrição de medicamentos que ajudem a aliviar a dor.
No entanto, o clínico-geral pode perceber que essas dores são causadas por outros motivos como o excesso de peso, que geram esforços acima do normal nas estruturas das pernas (ossos e cartilagens).
Então, esse profissional pode fazer o atendimento e direcionar o paciente para um ortopedista e um nutricionista.
Isso traz qualidade para o atendimento do paciente, pois demonstra que a abordagem é completa e realmente vai de encontro não só ao que ele quer, mas ao que ele precisa.
Como o sistema médico pode otimizar o trabalho da sua equipe?
A gestão médica deve sempre estar em busca de melhorar seus resultados para proporcionar uma experiência de alta qualidade aos seus pacientes, e o trabalho em equipe é essencial para alcançar esse objetivo.
Clínicas e consultórios, assim como qualquer outro negócio, precisam de trabalho em equipe e integração para ter um melhor funcionamento.
No dia a dia de uma clínica, existem muitos processos que são realizados de forma manual e que poderiam ser automatizados.
Com o desenvolvimento de tecnologias para o setor de saúde, a otimização da rotina e o aumento de produtividade são notáveis.
Ao contar com um software médico você consegue integrar diversas atividades e operações em um único sistema.
Por exemplo, as ligações de confirmação de consulta são substituídas pelo envio automático de mensagens, o agendamento pode ser feito pela internet, a gestão financeira é aprimorada com a criação de relatórios automatizados, o pós-consulta passa a ser feito por meio de comunicações pré-configuradas, entre outros.
Ao escolher o software, priorize a agenda, ela precisa ser intuitiva e de fácil manuseio para que a recepcionista possa focar em receber os pacientes e lhes dar a atenção necessária.
A ferramenta de agendamento online também é um ótimo recurso para aumentar a produtividade das recepcionistas, já que dá autonomia ao paciente para agendar suas próprias consultas e possibilita o preenchimento de horários vagos nas agendas dos médicos.
Já com os médicos, o software clínico oferece o prontuário eletrônico e a otimização de todos os dados do paciente em uma única tela, o que reduz o tempo gasto nos atendimentos, abrindo espaços na agenda do médico para atender mais pacientes.
Conclusão
O exame admissional, também chamado de exame clínico admissional, deve ser realizado antes que o trabalhador assuma suas atividades na empresa que quer contratá-lo.
Sendo assim, todos os funcionários que serão contratados para trabalhar em uma empresa devem realizar o exame admissional, antes de iniciarem no novo emprego.
Esse exame é importante para a prevenção e controle de danos à saúde, como doenças e acidentes de trabalho.