A inevitabilidade da Telemedicina foi um fato inegável porque ninguém deseja enfrentar horas no banco para pagar uma conta, e muitos se recusam a sair de casa para fazerem suas compras, algo que não é diferente na área da saúde.
Empresas têm economizado em seus negócios realizando reuniões a distância, em qualquer parte do mundo.
Pense na quantidade de tempo que pode ser economizado com ferramentas como a audioconferência (conference calls), a videoconferência e a chamada comunicação unificada, em que estão unidos em um só lugar áudio e videoconferência, troca de mensagens, envio de arquivos e salas de Telepresença?
Os hábitos estão se modificando na sociedade de informação, marcada pela revolução digital.
Na prestação de serviços em saúde não poderia ser diferente. Não há como evitar a transformação na Medicina, a qual vive essa quebra de paradigma do que antes era uma relação um a um e presencial.
Continue a leitura e descubra como você já pratica a Telemedicina no dia a dia, e como se preparar ainda mais para essa tendência da área da saúde.
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Telemedicina: por que ela é inevitável?
No dia 18/03/2020, o Ministério da Saúde lançou um projeto de lei para ser aprovado em caráter de urgência no Congresso Nacional que autoriza o uso da Telemedicina em quaisquer atividades da área de saúde enquanto durar a crise ocasionada pela COVID-19, visando a segurança de toda a população com um serviço médico de qualidade a distância.
Indo mais longe, assiste-se a um tempo em que certos procedimentos da área de saúde sequer serão realizados por humanos.
Considera-se hoje a epidemia do coronavírus como um acontecimento revelador quanto à importância da Telemedicina. Na China, as plataformas registraram uma forte procura.
O WeDoctor, que lançou em 23 de janeiro uma seção específica para a COVID-19, afirma que, somente em fevereiro, registrou cerca de 1,5 milhão de consultas online.
Com mil médicos associados, seu concorrente AliHealth garante informar mais de 3.000 pacientes por hora. O acesso oferecido aos pacientes sem que tenham de se deslocar aos hospitais é espetacular.
Já há muito tempo, ainda que timidamente no Brasil, pacientes buscam seus médicos por telefone, trocam com eles mensagens pela internet ou utilizam algum serviço como WhatsApp ou Skype para orientações e dúvidas pontuais.
Na verdade, sempre foi constante a busca de pediatras pelas mães preocupadas com o primeiro sintoma febril de seus bebês. Ou, em casos de pacientes crônicos, contatos para comunicar ao médico um novo sintoma ou mal estar.
Hoje em dia, os médicos podem melhorar esse serviço aos pacientes e contar com softwares médicos de qualidade que possuem uma ferramenta de Teleconsulta integrada ao prontuário eletrônico.
Centros de excelência hospitalar, como o Albert Einstein, conseguem levar a expertise do médico a locais em que a falta de especialistas poderia trazer prejuízos indeléveis aos pacientes.
Vários hospitais públicos hoje são assistidos pela tecnologia oferecida pela plataforma do hospital, desde a periferia de SP até o Amazonas.
No ano de 2017, em parceria com a operadora Care Plus, o Einsten iniciou um serviço de consulta médica por videoconferência, bastando que o paciente tenha um dispositivo com áudio, vídeo e conexão com internet.
A operadora AMIL lançou em 2019 um serviço de consultas médicas on line, via aplicativo. Nessa esteira, seguiram também Sul América e Hapvida, entre outros.
Serviços de Telemedicina para radiologia e exames clínicos estão incorporados na sociedade com médicos laudadores muito distantes do paciente.
Pelo Brasil, há outros casos com resultados que indicam para a urgência de se normatizar a Telemedicina em todas as suas vertentes, inclusive a Teleconsulta.
Como exemplo, plataforma TelessaúdeRS é voltado aos profissionais da atenção primária ou básica de saúde (médicos, enfermeiros, odontólogos, técnicos de enfermagem, técnicos e auxiliares em saúde bucal, agentes comunitários de saúde), com TeleConsultoria, Teleducação e TeleDiagnóstico.
O serviço tem apresentado resultados bastante satisfatórios, com redução de 60% nas filas de espera por consulta por especialistas, segundo dados fornecidos pela UFRS.
Segundo a instituição, com dados de 2018, o tempo de espera para consultas caiu 70% na endocrinologia, 89% na pneumologia, 90% na neurologia e 68% na reumatologia.
Pela resolução nº 1.643/2002 do CFM, agora vigente, a Telemedicina deveria ser utilizada como um recurso de médico para médico: daquele que assiste o paciente ao médico consultor.
A Telemedicina é uma prática legal?
Vale esclarecer que não há ilegalidade na Telemedicina, ainda que haja um médico e um paciente em cada ponta, embora tal relação ainda esteja à espera dessa regulamentação que está sendo preparada pelo Conselho Federal de Medicina.
Fato é que todos os envolvidos, porém, apresentam responsabilidade solidária e proporcional para a eventualidade de algum dano ao paciente.
Ademais questões como direito à privacidade, garantia da inviolabilidade das informações, confidencialidade, tratamento de dados pessoais, registro das informações dos pacientes, dentre outras, são extremamente relevantes e não podem ser desprezadas nesta discussão entre disrupção digital, Telemedicina e legislação correlata.
É necessário ampliar a regulamentação para situações presentes no cotidiano e que estão ocorrendo à margem de protocolos rígidos.
A Telemedicina é uma realidade há muito tempo presente em outros países.
A ferramenta (em um conceito amplo) é utilizada em hospitais e planos de saúde de outros países do mundo como, por exemplo, EUA, Austrália e Inglaterra, especialmente para a Teletriagem, o que traz uma grande redução de custos no atendimento e experiência positiva ao cidadão que não precisa se deslocar horas para ter sua consulta, em casos de baixa complexidade.
No Brasil, o ganho para os pacientes, em especial do SUS, representará a ampliação ao acesso — desejo de todo gestor público. Impossível impedir a realidade da interferência tecnológica nas relações sociais.
Prova de que os órgãos reguladores reconheceram a importância da incorporação da tecnologia no atendimento a distância está na recente notícia de que a Anvisa se manifestou favoravelmente à utilização de assinatura digital nos receituários médicos, desde que no padrão da Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira (ICPB).
Enfim, sempre o que sobrevive, a qualquer tempo, é aquele que se adapta às mudanças. É a hora!
Tem alguma dúvida sobre como a Telemedicina funciona? Comente aqui embaixo para que possamos solucioná-la, e não se esqueça de compartilhar o conteúdo com outros profissionais de saúde.