O que é o DICOM e quais os benefícios para a rotina médica?

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Principais tópicos

O padrão DICOM (Digital Imaging and Communications in Medicine ou Comunicação de imagens digitais em medicina), trata de um coletivo de regras e padrões para o processamento, armazenamento e transmissão de informações médicas relativo a exames e figuras em um formato eletrônico, sendo estruturado em um protocolo.

O DICOM surgiu com a ideia de criar um padrão referente a imagens de diagnósticos, como tomografias, ressonâncias magnéticas, radiografias, ultrassonografias e outros. 

Um conjunto de regras foi criado para que as informações sejam trocadas entre equipamentos de diagnósticos geradores de imagens e demais dispositivos, sem que se perca informação ou haja a necessidade de conversão de formatos. 

Os equipamentos que seguem o padrão DICOM têm uma linguagem comum entre os dispositivos, independentemente da sua marca, solucionando um grande problema anterior que é a falta de compatibilidade entre diferentes marcas.

Portanto, o DICOM é um conjunto de normas criadas para padronizar o formato eletrônico de imagens na medicina. Confira aqui como funciona e seus benefícios!

O que é o DICOM?

dicom raio x cerebral

O formato DICOM é um conjunto de princípios utilizados para o tratamento, armazenamento e transmissão de imagens médicas, bem como toda a informação associada a essas mesmas imagens. 

Por meio desse protocolo, é possível transmitir informação e imagens eletronicamente, com estruturas semelhantes, mas adquiridas por modalidades diferentes, sem qualquer erro. 

É dada a possibilidade de gerir as imagens de diagnóstico como Ressonâncias magnéticas, Tomografias, Radiografias e ultrassonografias por meio de IODs (Information Object Definition). 

Essa capacidade permite uma grande comunicação entre diferentes serviços e unidades hospitalares, independentemente do fabricante.

Quando o DICOM foi criado?

Em 1982, o American College of Radiology (ACR) e a National Electrical Manufacturers Association (NEMA) formaram um comitê para desenvolver um padrão para interligar dispositivos de imagem digital. 

No início da utilização das técnicas de geração de imagens, a inexistência de um padrão trazia uma série de problemas ao interconectar sistemas de diferentes fornecedores

Para resolvê-los, o ACR e o NEMA reconheceram a necessidade de um método padrão para a transferência de imagens e informações correlatas entre dispositivos fabricados por diferentes fornecedores.

A versão 1.0 foi publicada em 1985 com o nome de ACR-NEMA standard, determinando as instruções abaixo:

  • Especificação da interface de hardware ponto a ponto;
  • Dicionário de dados;
  • Conjunto de comandos para iniciar as transações.

Já a versão 2.0 foi publicada em 1988, incluindo estas instruções:

  • Aborda apontar uma transmissão de imagens ponto a ponto;
  • Fornece regras semânticas pelo qual mensagens são organizadas.

Em 1992 foi publicada a versão 3.0 que passou a se chamar DICOM (Digital Imaging and Communications in Medicine).

Com a versão 3.0, passou-se a encorajar a interligação de sistemas abertos de equipamentos de imagem por meio da rede, mantendo a compatibilidade com o padrão de comunicação ponto a ponto.

Qual a diferença entre PACS e DICOM?

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O DICOM se baseia em um conjunto de normas que estabelece um formato eletrônico único para armazenamento e comunicação de informações médicas. 

Já o PACS é o software utilizado para armazenar imagens médicas e melhorar a comunicação entre setores de clínicas e hospitais. 

A sigla PACS significa Picture Archiving and Communication System, ou, em tradução direta, Sistema de Comunicação e Arquivamento de Imagens. 

De modo geral, o PACS surgiu na década de 1980, quando a internet começou a se tornar popular e alguns aparelhos passaram a digitalizar informações médicas.

Com a evolução das necessidades médicas, a tecnologia exigiu que esses aparelhos fizessem a transmissão dos dados de um setor para outro, entre clínicas e até de um hospital para outro.

Entretanto, esse sistema só apresentava compatibilidade entre aparelhos de um mesmo fabricante. Por exemplo, uma tomografia realizada por determinado sistema não poderia ser lida por um sistema de uma outra marca

Para resolver esse problema, criou-se o formato DICOM que, por meio de um conjunto de normas, estabelece um formato eletrônico único para armazenamento e comunicação de informações médicas com o PACS.

Portanto, além de promover a padronização nas trocas dos diversos formatos de imagens médicas, o padrão DICOM é responsável por facilitar o desenvolvimento e expansão dos sistemas PACS.

O formato DICOM como um dos pilares para o avanço da medicina

A medicina personalizada é vista como o futuro no tratamento de doenças.

Isso porque, a partir do momento em que se reúne informações clínicas e laboratoriais que auxiliam na identificação da doença, da mutação e do tratamento, ocorre também o desenvolvimento da medicina avançada.

Com a adoção do formato DICOM, houve uma contribuição significativa para o avanço da medicina. Isso é possível pois, uma vez que os exames foram padronizados em protocolos clínicos, aumentou-se o acesso aos dados de determinada patologia.

Ou seja, a padronização otimiza o processo de busca e aprendizagem médica. Devido a esse avanço, somos capazes de entender, diagnosticar e tratar determinados tipos de doenças e condições de saúde.

Com as melhorias nesses processos, pode-se buscar alternativas mais rápidas, eficazes e seguras para pacientes que antes tinham menos possibilidades de cura ou de manter a qualidade de vida.

Quais os benefícios do DICOM para a radiologia?

dicom medica e paciente

Nas últimas décadas, a utilização de filmes radiográficos vem sendo substituída gradativamente por tecnologias digitais. 

Atualmente, os sistemas de radiologia digital têm detectores que convertem raios X em sinais digitais que substituem os filmes tradicionais

Isso permite a obtenção, armazenamento, comunicação, visualização e análise de imagens de forma integrada e eficiente.

Muitos hospitais e clínicas estão aderindo às tecnologias digitais principalmente pela introdução de aplicações web, que aumentam a capacidade de comunicação e compartilhamento de informação.

Esse avanço permite acesso simultâneo de diferentes lugares de forma instantânea e segura. 

Nesse sentido, a criação do DICOM foi fundamental para garantir a segurança nos processos de análises radiológicas e clínicas. Veja seus benefícios:

Facilidade no compartilhamento das informações

Os profissionais de saúde buscam sistemas que atendam todas as suas necessidades, tanto na parte do atendimento para pacientes, quanto para a gestão da clínica.

Se todos os profissionais conseguirem compartilhar informações úteis de maneira eficiente, a qualidade do atendimento médico se tornará ainda melhor.

Isso porque, quando um profissional estiver com dúvidas ou quiser a avaliação de outros especialistas em um determinado caso, ele poderá compartilhar de forma simples e rápida, as informações dos exames.

Assim, é possível ter acesso ao maior número de opiniões e reflexões sobre o caso, mesmo quando não é possível reunir diversos profissionais em um único atendimento, principalmente nas equipes multidisciplinares.

Qualidade no envio das imagens

dicom medicos conversando

Garantir a padronização de imagens médicas já foi um desafio para as instituições de saúde. Isso porque, a variação em uma imagem, a falta de legibilidade ou de nitidez prejudicava a avaliação dos exames e seus resultados.

Por outro lado, o encaminhamento das imagens pela internet não prejudica a sua qualidade. Os exames são recebidos com qualidade e nitidez, evitando equívocos em sua interpretação.

Maior segurança

A segurança no armazenamento digital de imagens é apenas um dos benefícios oferecidos pelo padrão DICOM.

O Procedimento Realizado por Equipamento é um protocolo do DICOM que emite todos os relatórios sobre os exames realizados. 

Nele ficam armazenadas informações como horário de realização do exame, dados da imagem, doses de contraste utilizadas, entre outras informações.

Mas, para garantir uma proteção efetiva desses dados, não basta apenas armazená-los no meio digital, é necessário ferramentas para protegê-los.

Nesse sentido, a confirmação de armazenamento oferece ainda mais segurança, confirmando o registro permanente sempre que uma imagem é analisada em uma estação de trabalho.

Por último, a Lista de Tarefas dá autorização a um equipamento específico para que equipes possam acessar informações de pacientes e exames agendados eletronicamente, permitindo que o mesmo seja eliminado com segurança após o uso.

Mobilidade de acesso

dicom raio x pescoco

A adoção do padrão único para troca de informações possibilita que os profissionais de saúde, como médicos e enfermeiros, consigam acessar os resultados dos exames a partir de outros dispositivos e sistemas digitais. 

Com isso, não é necessário que o médico esteja no local para apresentar um diagnóstico prévio sobre o paciente. 

Caso o profissional tenha acabado de deixar o seu posto ou esteja no intervalo de outro atendimento, pode verificar os resultados dos exames para estudar a situação do paciente.

Precisão diagnóstica

Com o aumento na quantidade de exames feitos pelas instituições médicas, passou a ser necessário padronizar os formatos dos arquivos e a comunicação entre equipamentos para facilitar envios e, consequentemente, os diagnósticos. 

Essa evolução tecnológica também criou um padrão de dados e imagens médicas, o que melhorou a nitidez dos resultados, facilitou a visualização, análise e interpretação dos mesmos.

Portanto, podemos afirmar que um dos seus principais benefícios foi a contribuição para diagnósticos mais precisos.

Como funciona o protocolo DICOM?

dicom profissional analisando raio x

Conforme mencionamos anteriormente, o Padrão DICOM especifica um protocolo no qual as imagens e informações geradas pelos diversos equipamentos de exames diagnósticos fiquem num formato único.

Ou seja, o DICOM inclui protocolos para:

  • Troca de objetos como imagens e documentos;
  • Consulta e recuperação de tais objetos;
  • Compressão de imagem;
  • Visualização 3D;
  • Apresentação da imagem;
  • Impressão de imagens;
  • Gerenciamento de fluxo de trabalho e de relatórios.

Outros recursos do DICOM adotam padrões internacionais, como:

  • TLS ou ISCL para confidencialidade de rede e autenticação de mesmo nível;
  • JPEG, JPEG sem perdas, JPEG 2000 ou codificação run-length (RLE) para compactação de imagem;
  • ISO 9660, UDF e outros sistemas de arquivos compatíveis com software convencional.

Quando se trata de criptografia, o Padrão DICOM facilita a criptografia de dados, mas sua implementação depende inteiramente dos provedores de serviços DICOM e instalações médicas que usam esses serviços. 

Os fabricantes de produtos compatíveis com DICOM podem optar por não implementar criptografia em seus serviços.

Nesses casos, as instalações médicas têm a opção de configurar redes VPN criptografadas. A eficácia dessas soluções de segurança é discutível e questionada na área da saúde.

As vantagens do DICOM para o dia a dia dos médicos

dicom medico

As funcionalidades do DICOM são responsáveis por transformações profundas no dia a dia de médicos, pacientes e unidades de saúde.

Como mencionamos, trabalhar com o padrão DICOM permite que os procedimentos sejam realizados com maior eficiência, o que reduz o tempo de espera do paciente para receber os resultados de seus exames.

Portanto, ao aderir a extensão e padronizar os arquivos das imagens de exames, você pode agregar vantagens como:

Geração de dados para análise patológica

É comum surgirem momentos de dúvida em que é necessário uma análise mais profunda ou até mesmo um estudo em busca do diagnóstico correto.

Com as medidas de imagem, o DICOM permite que os médicos criem uma régua para medir determinada região a fim de descobrir a densidade de tumor, por exemplo.

Outro fator que aprimora a prática médica como um todo é que, ao uniformizar as análises e interpretações clínicas com base em protocolos científicos, o DICOM colabora para geração de dados sobre determinada patologia.

Facilidade na comunicação científica entre profissionais

Além de ser uma ferramenta precisa para detecção de alterações, o DICOM é também uma ferramenta poderosa para facilitar a comunicação científica entre profissionais que compartilham informações a partir do padrão.

A melhor parte é que o padrão DICOM está em constante atualização e evolução, mostrando-se como um aliado poderoso dos telediagnósticos.

O DICOM e a adesão aos Telelaudos

dicom raio x no tablet

O Padrão DICOM está sendo continuamente atualizado para acompanhar as demandas em constante mudança dos sistemas de imagens médicas. 

Entre o grande número de fornecedores de imagens médicas que vendem produtos compatíveis com DICOM, a maioria participa ativamente desses aprimoramentos.

Nesse sentido, os telediagnósticos têm ganhando cada vez relevância no âmbito da saúde e vem se tornando uma ferramenta importante e quase inevitável na resolução dos quadros clínicos dos pacientes.

Para atender na Telerradiologia, por exemplo, é preciso implantar um software do sistema PACS de armazenamento e gerenciamento de imagens. 

O formato DICOM facilita a adoção da telerradiologia. Isso porque, os técnicos ou dentistas fazem a coleta das imagens na clínica, salvam no padrão e enviam, por meio de um software, para os radiologistas terceirizados.

É esse sistema que irá integrar os exames à plataforma de Telemedicina, promovendo uma conexão segura e criptografada. Nessa etapa, você também poderá aproveitar para personalizar o layout do seu laudo, para ter um padrão de uso. 

Após a realização dos exames, as imagens são disponibilizadas nesse sistema e o profissional, por meio de seu login e senha, tem acesso a elas e pode laudar o exame de imagem disponível. 

Depois de o profissional laudar o exame, o laudo é enviado pelo sistema para a clínica – remotamente por nuvem.

Conclusão

Clínicas e consultórios médicos vêm adquirindo cada vez mais recursos tecnológicos que auxiliam em um diagnóstico mais rápido e preciso, a fim de torná-lo mais dinâmico e eficaz.

Além de enriquecer o diagnóstico com a possibilidade de contar com equipes complementares, o DICOM facilita o compartilhamento de informações entre sistemas de estabelecimentos diferentes e ao longo dos anos.

Sendo assim, para o futuro espera-se cada vez mais que as tecnologias sejam usadas no diagnóstico, tratamento e prevenção de doenças

Afinal, com diagnósticos mais precisos e ágeis, bem como tratamentos mais efetivos, é possível salvar mais vidas e proporcionar mais qualidade de vida às pessoas.

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