O Telediagnóstico permite que diagnósticos sejam realizados a distância por meio de tecnologias como softwares médicos, emissão de laudos e Teleconsulta.
A portaria nº 2.546/2011 do Ministério da Saúde define o Telediagnóstico como:
“Serviço autônomo que utiliza as tecnologias da informação e comunicação para realizar serviços de apoio ao diagnóstico através de distâncias geográfica e temporal.”
Ele pode ser utilizado em clínicas, hospitais, consultórios, ambulatórios, ou seja, qualquer unidade de saúde. Uma de suas maiores vantagens é a integração entre equipes multidisciplinares.
O que é telediagnóstico?
O telediagnóstico permite a avaliação de exames médicos a distância por meio de tecnologias da informação e comunicação (TICs), o que consequentemente leva ao diagnóstico.
Com informações como sinais vitais, biológicos e elétricos, imagens médicas, radiológicas, é possível compartilhar os dados por um sistema médico e solicitar o diagnóstico de um especialista.
Qual é a importância do telediagnóstico?
O maior diferencial do telediagnóstico é a democratização do acesso à saúde, pois assegura que pacientes que moram longe de centros urbanos tenham a mesma qualidade de assistência médica.
Como a Telemedicina elimina a distância entre médicos, profissionais de saúde e pacientes, as principais barreiras de acesso à saúde são solucionadas.
Isso diminui custos, reduz a necessidade de locomoção e gasto desnecessário de tempo, além de oferecer mais praticidade para médicos e pacientes.
Continue a leitura para entender mais sobre a telemedicina e assista nosso vídeo:
Qual é a diferença entre telediagnóstico, telemedicina e telessaúde?
O telediagnóstico é um serviço que utiliza tecnologias da informação para apoiar o diagnóstico a distância.
A telemedicina faz parte da telessaúde e engloba o atendimento a distância por meio da tecnologia.
A telessaúde é um conceito mais amplo que telediagnóstico e telemedicina, porque significa expansão e melhoria dos serviços de saúde com a ajuda das TICs.
Ou seja, tanto o telediagnóstico quanto a telemedicina fazem parte da telessaúde. Podemos entender que o telediagnóstico é uma vertente da telemedicina para avaliações médicas.
Imagine que você tenha uma ferramenta de teleconsulta para fazer consultas a distância. Em um retorno por teleconsulta, você avalia os exames que o paciente enviou e chega a um diagnóstico.
Ao mesmo tempo, você praticou tanto a teleconsulta quanto o telediagnóstico, que estão dentro de telemedicina, que, por sua vez, faz parte da telessaúde.
Como funciona o telediagnóstico?
Ao fazer uma solicitação de exame, o paciente é encaminhado para um laboratório ou clínica com o especialista responsável pelo exame de imagem, seja um radiologista, técnico em enfermagem, entre outros.
O exame é feito com um equipamento que envia as informações para um sistema. Esses dados podem ser salvos em DICOM, JPEG, PDF e variados formatos.
Esses arquivos eletrônicos costumam ser compartilhados com o paciente, que recebe pelo e-mail ou pode salvar diretamente do site da instituição de saúde.
Há casos em que o médico tem uma parceria com a clínica e recebe os resultados sem depender do paciente.
A partir do momento que o profissional de saúde recebe os resultados, consegue avaliar os exames médicos, anotar suas observações e assinar digitalmente o documento.
Esse laudo pode ser enviado para o paciente ou o médico pode marcar um retorno por Teleconsulta, compartilhar a tela para mostrar as conclusões e enviar o laudo médico a distância posteriormente.
Como o telediagnóstico surgiu?
O primeiro aparecimento do telediagnóstico foi registrado em 1974 no Massachusetts General Hospital, em um estudo em parceria com a Harvard.
As conclusões do estudo afirmaram que 96,5% dos clínicos viam o telediagnóstico como uma ferramenta satisfatória e que os exames poderiam ser enviados a distância com eficiência.
Para entender como o telediagnóstico surgiu, é preciso conhecer as tecnologias que contribuíram para seu acontecimento, como:
- Telegrafia: começou a ser usada no século XIX para compartilhar exames e informações entre unidades de saúde;
- Telefone: utilizado principalmente para comunicação entre médicos de diferentes locais que queriam discutir casos clínicos;
- Rádio: conhecido pelo seu uso durante a Segunda Guerra Mundial, os médicos conseguiam fornecer orientações para os soldados feridos a distância;
- Audiovisual: as primeiras videoconferências possibilitaram que a Medicina chegasse mais próxima da telessaúde atual, que oferece atendimentos a distância por videoconferências.
Em 1960, a NASA compartilhou trabalhos médicos por vídeo e orientou astronautas por meio de videoconferências.
Com a chegada da internet em 1980, o telediagnóstico se tornou mais forte, e em 1993 o sistema de saúde dos Estados Unidos já utilizava amplamente essa inovação.
É importante lembrar que apesar desse uso se fortalecer na década de 1990, em 1940 os Estados Unidos já transmitia informações de imagens radiológicas por telefone entre diferentes cidades.
Conheça mais sobre a história da telemedicina em nosso eBook gratuito:
História e regulamentação do telediagnóstico no Brasil
No Brasil, o telediagnóstico apenas se popularizou no início de 1990.
A primeira iniciativa do governo federal sobre essa prática foi iniciada em 2011, pelo Programa Nacional de Telessaúde, que busca melhorar o atendimento do SUS com as tecnologias de informação e comunicação.
Não há uma lei específica para o telediagnóstico no Brasil, mas os profissionais devem seguir as regulamentações do Conselho Federal de Medicina.
Essas normas costumam tratar mais do âmbito ético da Telemedicina, bem como medidas de segurança para garantir a privacidade do paciente.
Para consultar essas regras, é indicado a leitura das resoluções nº 2.228/2019 e nº 2.107/2014.
É recomendado que os diagnósticos a distância sejam feitos por médicos com RQE (Registro de Qualificação de Especialista) e que o sistema utilizado siga todos os protocolos de segurança necessários.
Com a chegada da pandemia de COVID-19 em 2020, as regulamentações sobre a telemedicina sofreram grandes alterações e ela foi liberada de forma mais flexível em caráter emergencial.
Apesar de em 2022, a pandemia ainda não ter passado, é extremamente provável que a telemedicina continue sendo utilizada e regulamentada, devido às tendências da área da saúde.
Diversos pacientes já mostraram preferência pelos serviços a distância, assim como uma parte significativa dos médicos.
Assista nosso vídeo para ver como a pandemia moldou as tendências para clínicas e consultórios:
4 exames mais comuns do telediagnóstico
1. Cardiologia: eletrocardiograma digital (ECG), holter e MAPA
Diversos exames de radiologia podem ser feitos por telediagnóstico, entre os mais comuns podemos citar:
- ECG: monitora batimentos do coração;
- MAPA: monitorização ambulatorial da pressão arterial;
- Holter: teste para estender os registros da frequência cardíaca por pelo menos 24 horas.
2. Radiologia: raio-x
A radiologia provavelmente é a especialidade com mais potencial de uso do telediagnóstico, porque o raio-x, seja tomografia, mamografia, entre outros, consegue ser analisado a distância.
Veja a seguir alguns exemplos de exames de radiologia.
- Radiologia comum: usa o raio-x para obter imagens internas do corpo;
- Tomografia: registra as imagens de diversos ângulos;
- Mamografia: radiografia das mamas;
- Densitometria óssea: usada para obter diagnóstico como osteoporose.
3. Neurologia: eletroencefalograma (EEG)
Exames da neurologia, como o EEG e polissonografia, também são capazes de serem feitos a distância, e são essenciais já que nem todas as cidades possuem especialistas neurológicos.
4. Pneumologia: espirometria
A espirometria ou prova de função pulmonar avalia a capacidade pulmonar do paciente. Ela auxilia na detecção de doenças como asma e DPOC (Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica).
5 benefícios do telediagnóstico
1. Melhora na assistência aos pacientes
Ao adotar o telediagnóstico nos estabelecimentos médicos, mais pacientes têm acesso a serviços de saúde que, normalmente, não poderiam ser realizados sem um considerável gasto de tempo e dinheiro.
Os pacientes podem enviar os resultados de um exame a distância para o médico e apenas retornar presencialmente caso seja necessário, ou contar com a opinião de um especialista de outra cidade.
2. Aumento da segurança dos dados
Diferente do que muitos imaginam, é possível ter mais segurança com as informações na internet do que em arquivos físicos.
Um documento de papel, por mais bem guardado que seja, pode sofrer deterioração com acidentes (enchentes, incêndios) e ser lido por qualquer pessoa que consiga invadir o espaço.
Quando essas informações estão salvas na nuvem em um sistema de qualidade, ao serem trafegadas elas contam com uma criptografia que impede a leitura de terceiros sem autorização.
Além disso, cada profissional de saúde tem seu login e senha exclusivos, o que impede que um recepcionista leia informações confidenciais, porque ele não terá esse acesso.
Baixe gratuitamente nosso eBook e conheça mais medidas de segurança de um software médico:
3. Redução de custos
Contratar especialistas, equipamentos e montar salas adequadas para a realização de exames custa caro. Geralmente, investir no telediagnóstico sai mais barato para os gestores e governadores.
Não é à toa que o Programa Nacional de Telessaúde foi implementado no país.
Além disso, os pacientes não precisam gastar com locomoção se contam com a Telessaúde.
Assim, a superlotação das instituições também diminui, que apenas atendem quem realmente precisa de assistência presencial.
4. Garantia de qualidade no diagnóstico
Com o telediagnóstico, você pode solicitar que o exame seja analisado por um especialista reconhecido, mesmo que ele esteja a quilômetros de distância.
Isso assegura que você terá a mesma qualidade do que um exame feito presencialmente.
5. Ganho de agilidade
Uma das maiores reclamações dos pacientes é a demora para receber o resultado de exames ou o tempo de espera na recepção. Isso ocorre devido às limitações físicas da unidade de saúde.
O telediagnóstico permite que as instituições se dediquem totalmente às suas funções e sejam orientadas ao atendimento a distância.
Ou seja, os especialistas conseguem enviar os laudos em minutos, até imediatamente em casos de urgências, e os pacientes têm um tempo de espera reduzido.
Essa vantagem beneficia todo o sistema de saúde, não concorda?
Como ter o telediagnóstico na clínica?
Para implementar o telediagnóstico na clínica, é preciso contar com um software médico adequado e internet de qualidade.
Ferramentas como prontuário eletrônico, prescrição digital, teleconsulta, assinatura digital, entre outras, facilitarão todo o processo de telediagnóstico.
Afinal, não faz sentido você receber e solicitar exames a distância e não ter um prontuário eletrônico para anexar todos esses arquivos de forma segura.
Existem diversas empresas que oferecem o serviço de laudos a distância, mas é essencial que você tenha sua clínica organizada antes de implementar esse serviço.
Faça sua pesquisa e use nossa planilha para comparar os melhores softwares médicos do mercado:
Neste artigo você aprendeu o que é telediagnóstico, como ele funciona, sua história e seus benefícios. Espero que tenha sido útil!