A síndrome de burnout, conhecida também como esgotamento profissional, ocorre em profissionais que passam por trabalhos desgastantes e excessivos. Infelizmente, a síndrome de burnout em médicos é uma ocorrência muito comum na área da saúde.
O excesso de trabalho é um aspecto que afeta diretamente a saúde de qualquer pessoa, seja ela física ou mental. Com os profissionais de saúde, essa discussão se torna ainda mais séria.
O dia a dia na área médica é extremamente corrido, exigindo uma dedicação incrível dos médicos.
Porém, se o profissional não souber administrar bem o seu tempo e priorizar um horário para descanso, toda essa dedicação pode ocasionar em uma exaustão extrema.
Apenas em 2017, o CFM apontou que 45,8% dos médicos apresentaram sintomas de esgotamento profissional, conhecido como síndrome de burnout, em algum momento de suas carreiras.
“Além disso, as 4.152 ações de fiscalização dos conselhos em 2016 evidenciaram lacunas graves que afetam as condições de trabalho adequadas para o exercício da medicina.”
Para evitar todo esse estresse, é fundamental seguir algumas boas práticas e aprender mais sobre a síndrome de burnout em médicos.
Continue a leitura e descubra como se prevenir. 🙂
O que é síndrome de burnout?
Traduzindo burnout para português, poderíamos definir o conceito como uma “queima do exterior”, ou seja, de fato um esgotamento completo.
A síndrome de burnout é caracterizada como um distúrbio emocional, em que sintomas como fadiga, cansaço físico extremo, estresse, insônia, dificuldades de concentração e sentimento de incompetência, são presentes e comuns.
Uma pesquisa da Medscape afirma que dos profissionais de saúde que tiveram a síndrome de burnout, 20% se irritaram mais facilmente e 11% cometeram erros que, normalmente, não teriam cometido.
Além disso, 34% dos médicos relataram que ficaram menos cuidadosos com as anotações sobre os pacientes, e 33% dos profissionais se sentiram menos engajados durante a consulta.
A principal causa da síndrome apontada pelo Ministério da Saúde é o excesso de trabalho.
Ela é extremamente comum em profissionais que atuam constantemente sob pressão e com altas responsabilidades, como médicos, enfermeiros, policiais, entre outros.
O tratamento do esgotamento profissional deve ser realizado com acompanhamento de profissionais da psicologia e psiquiatria, após um diagnóstico médico.
Geralmente, esse tratamento envolve um período de descanso do trabalho e maior contato com pessoas próximas.
Como evitar a síndrome de burnout em médicos?
Existem algumas práticas, recomendadas pelo próprio Ministério da Saúde, que podem te ajudar a evitar essa situação da melhor forma. Confira quais são elas a seguir. Acompanhe!
1. Seja compreensivo com você mesmo
Um estudo sobre a síndrome de burnout em médicos divulgado pela SciELO, aponta que profissionais de saúde são altamente suscetíveis a desenvolver o esgotamento profissional, pois lidam com situações de estresse ao longo de toda a vida profissional.
“Outros fatores emocionais são entendidos como desencadeantes de stress no médico, como a dor, o medo e a angústia, que podem envolver o profissional no trabalho com um paciente grave ou mesmo com seus familiares. Ou ainda, a sensação de frustração ou impotência quando ocorrem evoluções negativas de quadro clínico de um paciente.”
Por isso, é fundamental ser compreensivo consigo mesmo, da mesma forma que você é com seus pacientes.
Lembre-se que nenhum profissional é perfeito, e mesmo que você sempre dê o seu melhor, não necessariamente tudo sairá como planejado. Este é o primeiro passo para evitar o burnout.
2. Busque um local de trabalho saudável
Veja uma outra parte do estudo divulgado pela SciELO:
“Há outros agentes geradores de stress relacionados ao trabalho: o salário insatisfatório e o ambiente ocupacional de emoções negativas. Acrescenta-se também a alta carga horária dos profissionais e o número reduzido de trabalhadores durante o expediente.”
Sabemos que, muitas vezes, não podemos escolher livremente um local de trabalho. Porém, sempre que possível, procure trabalhar em locais que você realmente se sinta bem.
Assim como em qualquer outro local, podem existir profissionais negativos, que estão constantemente reclamando do trabalho, tornando o ambiente mais pesado.
Tente evitar se aproximar de qualquer negatividade, e busque criar um ambiente saudável para todos, com compreensão e respeito. Afinal, o trabalho é onde passamos a maior parte do nosso dia, então precisamos nos sentir bem nele.
3. Priorize suas atividades de lazer
A frase mais comum de todas as pessoas é “queria, mas não tenho tempo”. A verdade é que nós nunca vamos ter tempo para uma atividade, se não transformarmos ela em uma prioridade.
Não trate seus momentos de lazer como algo que você irá realizar se tiver tempo – acredite, isso dificilmente vai acontecer. Torne os momentos com a sua família, seus amigos, seus cursos e divertimento, como algo que está na sua agenda e você não irá faltar.
Para cuidar dos seus pacientes, você precisa estar bem. Essas atividades de lazer são essenciais para ter uma boa saúde, e você provavelmente já sabe disso, não é?
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4. Escape da sua rotina diária
Estabelecer uma rotina é fundamental para ter uma boa organização e manter sua produtividade. Porém, a vida é curta para viver todas as semanas do mesmo jeito, concorda?
Ao longo da semana, tente escapar da rotina com pequenos detalhes, como almoçar no seu restaurante favorito, ir ao cinema sem planejar com antecedência, visitar aquele amigo que você não vê há um tempo.
Assim, você consegue escapar da rotina e quebrar aquele dia a dia cheio de responsabilidades.
5. Pratique atividades físicas regularmente
Como profissional de saúde, você já conhece os benefícios de praticar atividades físicas regularmente, principalmente quando precisamos sair da rotina, desestressar e ocupar nossa mente com outras tarefas.
O exercício físico também é uma prática fundamental para evitar a síndrome de burnout em médicos. Caso você ainda não tenha essa rotina, priorize um horário na sua agenda e comece agora mesmo.
6. Não trabalhe excessivamente
Bom, este passo parece meio óbvio, mas muitos profissionais de saúde continuam trabalhando excessivamente, mesmo quando reconhecem sintomas da síndrome de burnout.
Respeitar os horários de trabalho é essencial para evitar que você apenas fique trabalhando, sem reservar um tempo para cuidar de si mesmo e daqueles que você ama.
Tudo bem, mas e se eu não conseguir terminar todas as minhas atividades? Elas ficarão apenas acumulando?
O ideal é que você consiga ser produtivo com um tempo de trabalho saudável. Caso você perceba que está realizando atividades que demandam muito tempo, é hora de começar a reavaliar a forma como seus processos são feitos.
Por exemplo, se você administra um consultório e faz todos os cálculos, relatórios de forma manual, assim como confirmação de consultas e agendamentos, está mais do que na hora de buscar serviços de automação.
7. Tenha um sono regulado
Todo profissional de saúde reconhece a importância de um sono regulado. Para evitar a fadiga e esgotamento profissional, garantir suas horas de sono é um passo que não deve ficar de lado.
Como a insônia também é um dos sintomas do burnout, você também pode praticar técnicas, como meditação e redução no uso de aparelhos eletrônicos no mínimo 30 minutos antes de dormir.
8. Busque ajuda de profissionais especializados
O síndrome de burnout é um caso sério que precisa ser analisado por um profissional, seja na área de psicologia ou psiquiatria. Se você sente necessidade de consultar um especialista, não pense duas vezes.
Para continuar oferecendo um bom atendimento para seus pacientes, é necessário cuidar da própria saúde. Esperamos que esses 8 passos te ajudem de alguma forma.
Conhece alguém que já passou pela síndrome de burnout? Você já teve uma experiência de esgotamento profissional?
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