Como manter o paciente engajado no tratamento

Como manter o paciente engajado no tratamento

Principais tópicos

Manter o paciente engajado no tratamento envolve a explicação completa das etapas do tratamento, reflexão sobre a prescrição, transparência e feedbacks positivos.

A relação entre o médico e o paciente é crucial para criar um vínculo de confiança, aspecto responsável não apenas pela fidelização, mas também pelo engajamento no tratamento.

Muitas vezes, nos encontramos em situações nas quais o tratamento da doença ou de promoção à saúde daquele paciente será de longo prazo.

O que fazer, então, para que o nosso paciente mantenha a vontade de continuar o tratamento durante todo o processo?

Continue a leitura e veja as boas práticas que adquiri durante meus anos de experiência!

9 dicas para manter o paciente engajado no tratamento

É importante diferenciar duas principais áreas de atuação possíveis e necessárias: a relacionada ao aspecto técnico do tratamento médico, e aquela relacionada a fatores externos ao tratamento.

Área técnica do tratamento

1. Explique as etapas do tratamento

Quando eu busco um tratamento, de qualquer condição, o meu objetivo é que esse tratamento resulte em uma melhora rápida e eficaz.

Porém, nem sempre o tratamento tem a velocidade e eficiência que gostaríamos, certo? Muitas condições são crônicas, com tratamentos a longo prazo e cuja resposta é lenta.

Como já mencionei no artigo sobre fidelização de pacientes, é fundamental que você explique isso ao paciente.

Por mais que pareça óbvio para o profissional, percebo que muitas vezes os pacientes demoram para assimilar o conceito de um tratamento de longo prazo.

É fundamental reforçar a cada consulta que o tratamento será longo, com períodos de melhora e piora, lembrar os passos necessários para alcançar o objetivo, quais serão as possíveis dificuldades e o que esperamos em cada etapa.

Saber o que nos espera à frente traz conforto e diminui a ansiedade. Converse sobre seu planejamento com o paciente e evite que ele sinta que o seu tratamento não está sendo eficaz.

2. Fale sobre a prova terapêutica

Outra situação que também é comum na clínica é o cenário no qual o  paciente vem com um quadro de saúde; o médico avalia e faz diversas hipóteses diagnósticas e opta por iniciar a terapêutica pela hipótese, obviamente, mais provável.

Esse é o raciocínio lógico de todos os tratamentos médicos. Não faz sentido, iniciar um tratamento pela hipótese mais rara e menos provável, certo?

Porém, nos casos em que o diagnóstico acaba por não ser o que consideramos mais provável, o tratamento consequentemente não gera resposta e o paciente perde a confiança no profissional e busca outro.

Esse outro profissional irá iniciar o tratamento cobrindo as hipóteses mais prováveis novamente e acarretando demora no diagnóstico e retardo no tratamento da condição do paciente.

Sempre gosto de reforçar ao paciente que, em casos duvidosos, vamos realizar a chamada prova terapêutica.

Vamos testar o tratamento do que acho mais provável e avaliar a resposta. Se responder, ótimo. Se não, isso será mais uma pista que indicará o caminho certo.

Consequentemente, é importante que o paciente retorne, mesmo se não tiver a resposta que queremos. Veja, nenhum médico é obrigado a acertar de primeira em todas as situações, e nem se espera isso.

Mas quem está do outro lado está angustiado, buscando uma melhora para o seu problema.

Então, se certifique de explicar ao paciente que alguns casos exigem uma investigação mais longa para que se obtenha a resposta certa.

3. Reflita sobre os medicamentos prescritos

A próxima dica, embora caiba em qualquer especialidade médica, na Dermatologia, tem uma importância particular.

Estou falando das amostras de medicamentos e produtos fornecidos pelos representantes farmacêuticos.

O mercado de produtos para o cuidado da pele sofreu um crescimento vertiginoso nos últimos anos, possibilitando receitas cada vez mais personalizadas.

Contudo, paralelamente, o valor individual desses produtos também se elevou, o que dentro de uma receita com diversos passos de tratamento, pode resultar em um valor acumulado bem caro.

Um paciente que sai do consultório já com os produtos que foram prescritos tem uma chance muito maior de iniciar o tratamento e, vendo os resultados dessa terapêutica, aderir ao mesmo.

Outra forma de facilitar essa experiência é com a prescrição eletrônica, que permite o acesso de qualquer lugar para o paciente por meio do celular, dificultando o esquecimento da posologia.

Ademais, produtos tópicos na pele carregam uma particularidade que é a do sensorial.

Embora os dermatologistas conheçam a textura de cada veículo e qual é a indicada para cada tipo de pele, o que é agradável para cada pessoa é muito individual.

A boa notícia é que com a imensa gama de produtos tópicos que é lançada diariamente, sejam medicamentos ou dermocosméticos, acompanha-se também uma variedade de texturas que busca agradar a todos os tipos de pele.

Portanto, testar marcas diferentes, orientadas pelo profissional médico, para achar a que melhor se adapta é o ideal.

Ninguém gosta de gastar dinheiro na farmácia e depois ter que se desfazer de produtos porque não se adaptaram.

4. Enfatize os possíveis efeitos colaterais

Uma vez prescrito e orientado o tratamento, entra mais uma situação na qual podemos atuar para otimizar a aderência do paciente: reforçar a importância de consultas periódicas de acompanhamento.

Essas avaliações nos permitem abordar dúvidas, efeitos colaterais e complicações e darmos as orientações corretas para amenizar o problema.

É importante ressaltar que, embora incômodos, efeitos colaterais e complicações não equivalem a falha de tratamento e sim a um percurso normal de qualquer terapêutica de longo prazo e que estamos disponíveis para lidar com esses imprevistos.

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5. Compare as imagens com resultados dos pacientes

Passadas essas fases iniciais, quando o paciente retorna ao consultório, tendo feito o tratamento proposto ou mesmo parte dele, é importante valorizar o seu esforço.

Se houver melhora, mesmo que discreta, mostre ao paciente, se possível, em especial no campo da dermatologia, com a comparação de imagens.

Muitas vezes o paciente acaba não tendo percepção da melhora que teve pois tem contato com o problema diariamente.

Porém, a comparação do quadro atual com o anterior pode muitas vezes surpreender e estimular positivamente o paciente a continuar no percurso.

E não se esqueça de parabenizá-lo. Introduzir algo novo na rotina ou mudar uma parte do seu estilo de vida exige uma quebra de inércia que não deve passar despercebida.

Fornecer um feedback positivo sobre isso reforça ao paciente que está dando passos na direção certa.

6. Seja transparente sobre o tempo do tratamento

Agora, fazendo um pequeno adendo para uma fração específica do atendimento dermatológico que é a área cosmiátrica.

Nesse campo em particular, os pacientes têm expectativas de resultados extremamente rápidos e, muitas vezes, incompatíveis com o fisiologicamente possível e seguro.

Cabe a nós colocar um freio nessa gana por resultados rápidos e explicar que, muitas vezes, passos mais lentos e certos, levam a um resultado mais sólido e seguro.

Além disso, precisamos deixar bem claro que a pele e seus anexos têm um tempo próprio de recuperação e melhora e que precisamos respeitar esse período.

Promessas de respostas rápidas e milagrosas, na grande maioria das vezes, é puro charlatanismo.

Outra dica muito útil é fazer um planejamento com datas e intervenções planejadas. Isso ajuda o paciente a organizar seu tempo e financeiro, facilitando a aderência ao tratamento.

Área externa ao tratamento

7. Capacite o profissional da recepção

Passemos agora para os aspectos externos ao tratamento que auxiliam na aderência do paciente.

Nesse campo, não podemos nos esquecer da importância do(a) secretário(a). Quem atua em consultório sabe a importância dessa peça fundamental para o bom andamento dos atendimentos.

Um(a) secretário(a) bem-treinado, capacitado e orientado pode ser a diferença entre o paciente continuar a comparecer nas consultas ou não.

Muitas vezes os pacientes saem da consulta apressados, pensando nos afazeres do dia, ou ficam de checar a agenda de compromissos, deixam para agendar o retorno depois e acabam esquecendo.

Nessa hora, é importante que o(a) profissional que faz os agendamentos esteja atento para já oferecer o retorno para o paciente na saída e, caso o paciente deseje fazer isso em um segundo momento, cabe a(o) secretária(o), estar acessível para o rápido agendamento.

Em situações que os pacientes acabam esquecendo de agendar o retorno, o(a) secretário(a) pode entrar em contato com o paciente para certificar-se de agendar a consulta e/ou tratamento.

8. Use os lembretes de consulta

De maneira similar entram os lembretes de consulta.

Em meio ao turbilhão de tarefas que os dias atuais nos exigem, é sempre um alívio ter algo, ou alguém que facilita sua memória te lembrando dos seus compromissos.

Seja sua/seu secretária(o), sejam lembretes automáticos de prontuários eletrônicos, eles reduzem a taxa de faltas e auxiliam na manutenção do tratamento.

9. Invista no pós-consulta

Por último, lembre-se de se fazer presente. E, nesse sentido, a imaginação manda.

Mandar e-mails de aniversário, marcar presença nas redes sociais ou enviar dicas relacionadas à sua área de atuação; deixe a criatividade rolar. Mas claro, sem ser invasivo ou insistente.

Ah, e tenha sempre em mente que, apesar de seus melhores esforços, alguns pacientes irão se perder no caminho e isso está fora do nosso controle.

Cada um tem questões individuais que também irão influenciar em sua aderência ao tratamento e muitas vezes isso não tem nada a ver com a gente. Busque melhorar o que consegue e siga em frente!

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