As pílulas digitais permitem que os médicos saibam exatamente quando seus pacientes tomaram seus medicamentos, e como seus organismos estão reagindo ao tratamento.
Segundo a PubMed Central (U.S. National Institutes of Health’s National Library of Medicine), no mundo apenas cerca de 25% a 50% dos pacientes tomam suas medicações corretamente.
Ao não seguir o tratamento da maneira adequada, um único paciente causa uma série de consequências graves, como problemas com a própria saúde e despesas para os planos ou para o SUS.
Outro estudo da PubMed Central afirma que o prejuízo de tratamentos que não são realizados corretamente é cerca de $100 bilhões a $300 bilhões de dólares.
Todas essas despesas e riscos podem ser prevenidas de uma maneira simples com as pílulas digitais.
Continue a leitura e descubra tudo que você precisa saber sobre essa tendência!
[crp]
O que são as pílulas digitais?
Uma pílula digital é uma tecnologia ingerível que não possui bateria, antena, ou qualquer dispositivo que prejudique o paciente.
Do tamanho de um comprimido comum, ela registra quando um paciente tomou seu medicamento, por meio de um sensor que é ativado quando em contato com o suco gástrico.
Como o fluído estomacal cobre os revestimentos de cobre e magnésio do sensor, há a geração de uma pequena carga elétrica, que é enviada para os receptores, como um dispositivo eletrônico.
Ou seja, após 30 minutos ou algumas horas, a ingestão do remédio é registrada, e esses dados podem ser compartilhados de forma automática com um profissional de saúde.
O sensor também pode registrar dados sobre a atividade fisiológica do paciente, uma vantagem que auxilia ainda mais durante o tratamento.
Nos EUA, a Food And Drug Administration (FDA), agência federal do Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos Estados Unidos, que regula os medicamentos do país, aprovou o uso da pílula digital em 2017.
As fabricantes das pílulas digitais, como a Otsuka Pharmaceuticals, Proteus Digital Health, e Novartis, afirmam que a inovação é útil principalmente para pacientes que apresentam dificuldades em aderir seus tratamentos.
Todas as informações colhidas pelas pílulas digitais são armazenadas e compartilhadas com o consentimento do paciente, como preza a HIPAA e a LGPD, leis que definem as medidas de seguranças de dados.
No Brasil ainda não existe nenhuma regulamentação ou projeto de lei que visa a aprovação do uso das pílulas digitais. Porém, essa é uma tendência globalmente forte na área da saúde.
Conheça outras tecnologias no nosso eBook gratuito, e descubra como aproveitá-las no seu dia a dia:
No tópico a seguir, mostraremos as principais mudanças que as pílulas podem provocar para os médicos e pacientes.
5 mudanças que as pílulas digitais irão provocar na área da saúde
Seu paciente está no trabalho, e de repente recebe uma notificação do smartphone, avisando que é hora de tomar seu remédio. Após ingerir a pílula digital, um aplicativo avisa que o medicamento foi tomado.
O melhor de tudo é que a pílula foi fabricada especialmente para seu paciente, ou seja, ele está recebendo um tratamento totalmente personalizado.
Em breve, essa pode ser uma situação comum na área da saúde. Mas quais mudanças as pílulas digitais irão provocar na sua rotina médica?
1. Os pacientes irão desejar medicamentos personalizados
Já pensou em poder prescrever um medicamento que leva em conta a genética do seu paciente?
As pílulas digitais têm o potencial de personalizar o tratamento para cada pessoa, sem precisar seguir os medicamentos genéricos, que apresentam diferentes reações para os pacientes.
Ao tomar um medicamento que foi feito para você, as reações adversas podem não aparecer, pois o remédio leva em consideração sua química corporal.
Além disso, a tecnologia também pode fornecer diversas informações, como as atividades fisiológicas, o que permite uma análise mais profunda e assertiva.
Você também não depende apenas da memória do paciente, pois o aplicativo das pílulas digitais consegue registrar a ingestão do comprimido.
2. A segurança de dados precisará ser ainda maior
Como você pode proteger as informações sigilosas e sensíveis dos pacientes?
A segurança de dados sempre foi um aspecto importante na área da saúde, e com a chegada da LGPD, ela se tornou ainda mais discutida entre os profissionais.
Caso as pílulas digitais se tornem parte do “comum” da área da saúde, significa que mais dados precisam ser protegidos.
Para garantir a privacidade e sigilo dos seus pacientes, é essencial contar com meios seguros de armazenamento, desenvolvidos exclusivamente para profissionais de saúde, como softwares médicos.
Ou seja, é essencial que todas as informações coletadas por meio da pílulas sejam direcionadas para um aplicativo da saúde, que cumpra as normas de segurança da LGPD.
Quer aprender mais sobre a LGPD na saúde? Baixe gratuitamente nosso eBook:
3. Os profissionais de saúde precisarão se adaptar a realidade das pílulas digitais
Você estudou sobre as pílulas digitais durante sua graduação, ou teve contato direto com a tecnologia?
Provavelmente não. Afinal, elas ainda não são regulamentadas no Brasil. Mas as inovações tecnológicas surgem o tempo todo na Medicina, e os médicos precisam acompanhar essa evolução.
É fundamental que os profissionais busquem entender mais sobre as tendências do mercado, porque de repente, elas podem se tornar realidade, como ocorreu com a Telemedicina em 2020.
4. Os tratamentos dos pacientes irão melhorar
Você já teve pacientes que apresentaram dificuldades em tomar seus medicamentos na hora correta?
Esse fenômeno não é apenas comum, como também representa a maior parte dos pacientes.
Para casos como condições crônicas, anticoncepcionais e antibióticos, tomar o remédio em diferentes horários pode gerar um impacto extremamente negativo para o tratamento.
As pílulas digitais conseguem solucionar esse problema, e permitem que os médicos tenham mais recursos para atender às necessidades dos pacientes.
Os planos de saúde e o SUS também terão os custos reduzidos, uma vez que incidências causadas por uma má gestão dos medicamentos irão diminuir.
5. Uma regulamentação específica para as pílulas digitais precisará ser criada
Assim como qualquer nova prática na área da saúde, as pílulas digitais também devem possuir uma regulamentação específica.
As pílulas digitais também podem ser utilizadas de maneira incorreta, e prejudicar não apenas os pacientes, mas também os profissionais de saúde.
É essencial considerar que muitos pacientes também irão apresentar receios sobre a tecnologia, devido sua “invasão” ou “controle”. Com uma regulamentação, os pacientes se sentem mais seguros, e os médicos obtêm mais respaldo jurídico.
As pílulas digitais têm o potencial de solucionar um dos principais problemas da área da saúde, e revolucionar a forma como os tratamentos são acompanhados.
Qual é a sua opinião sobre essa inovação tecnológica? Se elas fossem aprovadas hoje no Brasil, você iria recomendá-la para seus pacientes?
Compartilhe sua opinião aqui embaixo nos comentários, e inscreva-se na nossa newsletter para continuar atualizado sobre as tendências do mercado médico.