Blog iClinic – Dicas para gestão de clínicas e consultórios!

O que é e como funciona o paliativismo no Brasil?

O paliativismo é um grupo de cuidados que uma equipe médica pode aplicar aos pacientes para oferecer mais dignidade e redução do sofrimento. Esses cuidados são aplicados mais comumente em pacientes de estágio terminal.

Um dos principais pontos de uma atividade paliativista é que esse tipo de atendimento está focado em proporcionar alívio dos sintomas e do estresse da doença, mas você sabe qual é o objetivo do paliativismo e como ele funciona no Brasil? 

O principal objetivo é melhorar a qualidade de vida do paciente e da família. Cabe ainda ressaltar que cuidados paliativos são baseados nas necessidades do paciente, não no prognóstico do paciente.

Dessa forma, por ser reconhecido como uma forma inovadora de assistência à saúde, o cuidado paliativo vem ganhando espaço no Brasil, especialmente na última década. 

O paliativismo diferencia-se fundamentalmente da medicina curativa por focar no cuidado integral, por meio da prevenção e do controle de sintomas, para todos os pacientes que enfrentam doenças graves e que possam causar ameaças à continuidade da vida.

Esse conceito também se aplica a familiares, cuidadores e equipe médica e seu entorno, que adoecem e sofrem junto.

O que é o paliativismo?

paliativismo mulher internada com seu violao na mao

Paliativismo ou cuidados paliativos, como também pode ser chamado, são cuidados médicos especializados para pessoas que vivem com alguma condição grave de saúde. 

Os cuidados paliativos melhoram a qualidade de vida dos pacientes e de suas famílias que enfrentam desafios associados a doenças com risco de vida, sejam elas físicas, psicológicas, sociais ou espirituais.

Porém, muitas pessoas ainda persistem na visão errônea de que os cuidados paliativos devem ser realizados somente em pessoas que se encontram nos seus momentos finais de vida. 

Ressalta-se ainda que uma equipe paliativa pode ser formada por psicólogos, enfermeiros, fisioterapeutas, médicos, assistentes sociais e outros profissionais de saúde, sendo possível o cuidado não apenas com o estado físico do paciente mas também do estado emocional. 

Isso porque, sintomas emocionais como medo, ansiedade e depressão são comuns em pacientes, mas também a familiares que vivem situações graves de saúde. 

Quando e onde os cuidados paliativos podem ocorrer?

Os cuidados paliativos podem ser úteis em qualquer estágio da doença e devem ser fornecidos logo após o diagnóstico de uma pessoa.

Além de melhorar a qualidade de vida e ajudar nos sintomas, os cuidados paliativos podem ajudar os pacientes a entender suas escolhas de tratamento médico. 

Os serviços organizados disponíveis por meio dos cuidados paliativos podem ser úteis para qualquer pessoa idosa que tenha muito desconforto geral e incapacidade muito tarde na vida.

Além disso, os cuidados paliativos podem ser prestados em clínicas e hospitais, lares de idosos, ambulatórios de cuidados paliativos e algumas outras clínicas especializadas, ou em casa.

A importância dos cuidados paliativos

Na sociedade de hoje, as pessoas estão vivendo mais do que nunca – mesmo aquelas que enfrentam doenças crônicas graves podem muitas vezes desfrutar de uma vida muito mais longa do que as gerações passadas.

Isso se deve graças ao avanço no tratamento de doenças como câncer, doenças cardíacas, diabetes e doença pulmonar obstrutiva crônica. 

Os cuidados paliativos são importantes porque oferecem aos pacientes uma opção para o controle da dor, dos sintomas e maior qualidade de vida enquanto ainda buscam medidas curativas

Quando um paciente está gravemente doente, ele entende o valor de cada dia. 

Embora ainda devam enfrentar a doença, o apoio dos cuidados paliativos no controle da dor e de outros sintomas pode tornar cada dia uma experiência mais positiva, que permite ao paciente aproveitar ao máximo o tempo que tem com a família.

Dessa forma, quando iniciam os cuidados paliativos, os pacientes recebem visitas de uma enfermeira e de um assistente social de cuidados paliativos que trabalham ao lado de seus médicos para monitorar seu plano de cuidados.

Quais os tipos de cuidados o paliativismo pode envolver?

Os cuidados paliativos possuem uma abordagem interdisciplinar que pode ser fornecida durante todo o curso de uma doença e em todos os ambientes de assistência à saúde.

Os tipos de cuidados que podem ser envolvidos são:

Físicos

Os cuidados paliativos podem ajudar a melhorar os sintomas que afetam seu bem-estar físico, mental e emocional. 

A equipe de cuidados paliativos pode prestar cuidados diretamente. Eles também podem ensinar estratégias que você pode usar todos os dias para se sentir melhor.

Os cuidados paliativos podem ajudar com:

Psicológicos

Já os cuidados psicológicos envolvem cuidar dos sentimentos e de outros e problemas emocionais que podem surgir, como angústia ou tristeza, desencadeando depressão dentre outras coisas nos pacientes.

Sociais

Os especialistas em cuidados paliativos podem ajudar a construir uma rede de apoio que facilite o enfrentamento da doença para a pessoa com a doença e seus cuidadores. 

Muitos cuidadores enfrentam estresse e tensão que podem prejudicar sua saúde física e mental – os cuidados paliativos podem aliviar a tensão.

Sua equipe de cuidados paliativos pode conectá-lo a grupos de apoio e recursos comunitários

Eles podem ajudá-lo a se comunicar com os membros da família ou fornecer aconselhamento familiar. 

Espirituais

Os cuidados paliativos podem incluir cuidados espirituais, dependendo de suas crenças e preferências. 

Visitas regulares a um padre, líder religioso ou outros conselheiros espirituais podem ser uma parte importante do processamento do impacto de sua doença em sua vida. 

Como parte dos cuidados paliativos, os cuidados espirituais também podem orientar suas preferências de tratamento.

Quais são as doenças paliativas?

Os especialistas em cuidados paliativos tratam pessoas que vivem com muitos tipos de doenças e doenças crônicas. 

Estes incluem:

Os cuidados paliativos também são essenciais para pacientes com COVID-19.

Afinal, os cuidados paliativos concentram-se nos sintomas e estresse da doença e do tratamento. 

Trata uma ampla gama de problemas que podem incluir dor, depressão, ansiedade, fadiga, falta de ar, constipação, náusea, perda de apetite e dificuldade para dormir.

Para um paciente com Alzheimer, os cuidados paliativos podem ser iniciados a qualquer momento após o diagnóstico, pois os mesmos ajudam a tratar alguns dos sintomas da doença, como a depressão, a ansiedade e a dificuldade para dormir

A equipe também poderá informar o paciente e sua família sobre o que pode desencadear alguns dos sintomas comportamentais e como evitá-los.

Além disso, uma das principais técnicas utilizadas no planejamento de seus cuidados diários é manter uma rotina. Outros incluem exercícios físicos e terapia de memória, que ajudam você a usar seu cérebro. 

Um ambiente calmo e tranquilo, com iluminação adequada para diminuir as sombras e bons hábitos de sono podem ajudar no tratamento.

Já para um paciente com câncer, os especialistas em cuidados paliativos tratam os sintomas e o estresse que a doença causa. 

Eles trabalham em estreita parceria com o médico oncologista. Qualquer pessoa, de qualquer idade, com qualquer tipo ou estágio de câncer pode se beneficiar dos cuidados paliativos – e quanto mais cedo, melhor.

Uma equipe de cuidados paliativos não se especializa apenas em aliviar os sintomas e o estresse do câncer, mas também pode ajudar em outras situações. 

Por exemplo, se sentir sobrecarregado por informações médicas complicadas ou confusão e preocupação em tomar decisões importantes sobre o tratamento.

Paliativismo no Brasil

No Brasil, os cuidados paliativos começaram na década de 1980, com crescimento significativo na década de 2000, mas ainda há muito a avançar.

Além disso, há um problema na formação dos profissionais para esse tipo de atendimento, pois na maioria dos cursos o assunto não é abordado na graduação. 

O tema Cuidados Paliativos deve ser trabalhado na formação dos profissionais de saúde nos três níveis.

A Academia Nacional de Cuidados Paliativos (NAPC) realizou um levantamento sobre os serviços de cuidados paliativos disponíveis no país em 2018 e por meio desse mapeamento encontrou 177 serviços de cuidados paliativos no Brasil até agosto/2018

Dos serviços de cuidados paliativos identificados, 58% estão na região sudeste, e a região com menor número de serviços foi a região norte, com apenas 3%.

Como é o mercado de trabalho para o setor de cuidados paliativos?

Como dito anteriormente, os cuidados paliativos ainda são consideravelmente desconhecidos pelo grande público no Brasil. 

Há falta de informações e leis criadas especificamente para a especialidade e também desconhecimento no próprio meio médico.

Os cuidados paliativos no Brasil estão apenas engatinhando. O que significa que existe muito espaço para desenvolvimento, devido a grande carência de profissionais nessa área.

E há a perspectiva de crescimento da demanda devido ao envelhecimento da população. Sendo os idosos o público que mais precisa de cuidados.

Como ingressar no setor de paliativismo?

Para ingressar no setor de paliativismo o médico precisa realizar uma residência. Entretanto, a residência médica em cuidados paliativos é recente na medicina brasileira, dessa forma poucos hospitais oferecem vagas para essa área.

Segundo dados da Academia Nacional de Cuidados Paliativos, apenas 15 instituições oferecem o curso, e a maior parte se concentra na região sudeste.

A residência trabalha, entre outros aspectos, a sensibilidade dos profissionais de saúde para as demandas dos pacientes e de seus familiares. 

o dois anos de programa, com carga horária de 5.760 horas divididas entre prática em serviço (80% do total) e aulas teórico-práticas (20%).

Essa característica de prática em serviço exige do profissional dedicação exclusiva. 

A rotina do residente inclui 60 horas de trabalho por semana no cenário de prática, como unidades de saúde da própria instituição de ensino ou da rede pública de saúde.

Além de médicos, profissionais das áreas de enfermagem, fisioterapia, fonoaudiologia, nutrição, odontologia, psicologia, serviço social e terapia ocupacional são aceitos nesses programas de residência.

Como é feito o tratamento paliativo?

A princípio, os cuidados paliativos agem em todas as esferas de dor do paciente por meio da atuação da equipe multidisciplinar. 

Por exemplo, na esfera física, são administrados medicamentos que reduzem a dor e os sintomas desagradáveis da doença. 

Já na esfera psicológica, os profissionais atuam para tratar a ansiedade e a depressão do paciente, trazendo mais equilíbrio emocional. 

Mais do que isso, o cuidado com o aspecto espiritual ajuda o paciente a dar um sentido para tudo o que ele está passando e diminui os seus medos.

Por fim, a questão social é tratada oferecendo suporte à família que, guardadas as devidas proporções, “adoece” com o paciente. Aqui, as dores compartilhadas obtêm a atenção da equipe, que busca formas de tornar o processo menos doloroso.

Além disso, os cuidados paliativos devem ser recomendados logo após o diagnóstico de uma doença que ameaça a vida. Essa abordagem irá auxiliar no processo de tomada de decisão dos pacientes e familiares sobre os recursos terapêuticos disponíveis.

Se a doença já estiver em estado avançado, os cuidados devem atuar em conjunto com as medidas de prolongamento da vida, como a radioterapia e a quimioterapia.

O início precoce dos cuidados paliativos é necessário para oferecer a devida assistência em todos os estágios da doença.

Quanto tempo dura um tratamento paliativo?

Os cuidados paliativos podem durar um curto período, composto por vários dias ou semanas, mas também pode durar vários anos – a duração é baseada no indivíduo e nas suas necessidades.

Os cuidados paliativos existem para garantir que o paciente tenha a melhor qualidade de vida possível, independentemente de quanto tempo demore. 

É possível oferecer cuidados paliativos no meu consultório?

Sim, é possível montar uma equipe voltada para esse tipo de cuidado. Um médico especializado em medicina paliativa pode oferecer cuidados e apoio enquanto o paciente e seus entes queridos enfrentam muitos desafios de viver com uma doença grave.

A Organização Mundial de Saúde orienta que o “tratamento curativo” e o “tratamento paliativo” sejam feitos ao mesmo tempo quando são atendidos pacientes com doenças graves

No entanto, as avaliações são únicas e individuais e precisam responder perguntas como: quem é o paciente? Qual é o seu diagnóstico? Qual é a sua funcionalidade atual? Qual é a fase da doença nesse momento? 

E a partir dessas respostas entender a funcionalidade por meio do tempo, bem como usar ferramentas prognósticas adequadas. 

Por isso, o médico deve entender que a partir da evolução da doença, a importância dos cuidados paliativos aumenta proporcionalmente em relação ao tratamento modificador da doença.

Dessa forma, cuidados paliativos são bem-sucedidos quando há uma abordagem de equipe. A equipe geralmente inclui o médico paliativo, enfermeiros e outros profissionais que trabalham em estreita colaboração com seu médico.

Como um software médico pode otimizar a sua rotina de atendimentos?

A forma como os pacientes avaliam os serviços médicos mudaram. Agora, as pessoas são mais conscientes e, por isso, muito mais exigentes com aquilo que consomem. 

Isso, juntamente com a crescente oferta de profissionais na área médica, aumentou significativamente a concorrência. Atrair e fidelizar pacientes se tornou um dos principais objetivos de todo consultório. 

As recepcionistas sabem que, apesar do seu principal foco ser o atendimento ao público, também são responsáveis pela gestão da agenda, controle financeiro, geração de relatórios, entre outros.

Às vezes, você também é responsável por treinar novos funcionários, responder e-mails e lidar com os compromissos médicos, o que gera uma sobrecarga de trabalho.

O acúmulo de funções na recepção é um verdadeiro gargalo para o bom desempenho do atendimento da sua clínica médica. 

Como já citamos, foi-se o tempo em que elas apenas auxiliavam os médicos e atendiam telefonemas. Hoje, elas precisam lidar também com essas questões e, por isso, as secretarias devem ser bem treinadas.

Um software médico pode ser a solução para essas demandas. As ferramentas certas ajudam a desafogar o serviço na recepção e dar mais produtividade no consultório.

Por exemplo, a agenda médica centraliza todos os seus atendimentos. Você pode bloquear horários para que as recepcionistas não marquem um paciente em um período que você não esteja disponível.

Também é possível registrar todos os procedimentos que você realiza no consultório, e especificar quais procedimentos serão feitos em cada consulta. 

Entre as principais funcionalidades da agenda, podemos citar:

Conclusão

Como vimos, os elementos dos cuidados paliativos requerem comunicação regular e aberta entre o paciente, seus entes queridos e seus médicos. 

Além disso, tem como objetivo final garantir que o paciente e seus entes queridos saibam quais cuidados e apoio estão disponíveis, bem como, ajudá-lo a obter esse tratamento  enquanto você vive.

Vimos também que existem alguns princípios de qualidade em cuidados paliativos, como, por exemplo: 

Os cuidados paliativos têm se mostrado eficazes na melhoria da qualidade de vida porque ajudam a manter os sintomas controlados.

Sair da versão mobile