Como a inflação médica vem avançando nos últimos anos e qual o papel do médico?

Como a inflação médica vem avançando nos últimos anos e qual o papel do médico?

Principais tópicos

A inflação médica, também conhecida como variação de custo médico hospitalar, representa a variação dos custos médicos-hospitalares provenientes de operadoras de planos de saúde.

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Essa estatística é calculada com base nos custos de saúde suplementar da operadora divididos pelo número de beneficiários ativos. Ela impacta a qualidade de vida dos profissionais de saúde e o atendimento aos pacientes.

Continue a leitura e descubra como ela funciona na prática!

O que é e qual é a importância da inflação médica?

A inflação médica está diretamente associada ao acesso da população a serviços de saúde, ou seja, quanto maior o índice, menor será a quantidade de pessoas que terão acesso ao serviço prestado por instituições de saúde.

Isso porque quanto maior a inflação médica, maior o ajuste no preço dos planos de saúde.

Portanto, é de extrema importância diminuir a inflação médica e proporcionar que mais pessoas possam ser cuidadas com qualidade, seja para prevenir ou tratar condições clínicas que afetam diretamente no seu desfecho.

Como ocorre o aumento da inflação médica?

Diversos são os fatores associados ao aumento da inflação médica. Veja os principais a seguir:

1. Altos Custos

A falta de otimização de processos na auditoria em saúde pode levar a custos desnecessários quando eles estão relacionados ao cuidado com o paciente, devido a:

  • Ocorrência de eventos adversos que aumentam a média de permanência na instituição e por consequência, o custo que esse paciente gera para a instituição;
  • Identificação trocada. Quando a identificação de dois pacientes é trocada e os internados recebem tratamento que não é pertinente às suas respectivas condições clínicas isso pode impactar diretamente no desfecho, o que gera custos para a instituição, tanto referentes ao tratamento inadequado quanto ao redirecionamento do paciente para o tratamento que ele deveria ter recebido, desde a entrada na instituição;
  • A falta de sinalização de casos de possíveis não conformidades podem gerar aumento de custos desnecessários pela simples falta de monitoramento da situação de internados com pontos de alerta.

2. Envelhecimento da população

Outro fator que influencia no aumento da inflação médica é o envelhecimento da população, pois quanto mais a população envelhece, maior a demanda de procedimentos e tratamentos pelo sistema de saúde.

Segundo o IBGE, há uma estimativa que até 2060 haverá mais de 19 milhões de pessoas na faixa etária de 80 anos.

3. Gargalos e falhas em instituições de saúde

Outros pontos de atenção que influenciam o aumento da inflação médica estão relacionados aos processos internos de operadoras de plano de saúde que afetam o seu desempenho, e consequentemente a inflação.

Alguns deles são:

  • Baixa eficiência da equipe;
  • Alta ocorrência de eventos adversos;
  • Alta média de permanência na instituição;
  • Altos índices de reinternação.

Gerenciar riscos e otimizar os processos de gestão em saúde é uma alternativa viável para minimizar o impacto da inflação médica.

Panorama geral da inflação médica nos últimos anos

2019

Dados gerados pela Consultoria Aon indicam que a inflação médica de 2019 foi estimada em 17%. Esse índice é influenciado principalmente pelo envelhecimento e pelos altos custos gerados pelas instituições de saúde.

2020

Em 2020 o cenário foi diferente, levando em consideração o contexto da pandemia do coronavírus, a inflação médica foi impactada. Segundo dados gerados pelo Instituto de Saúde Suplementar, o índice foi de -1,9%.

2021

Já em 2021, a ANS fixou em até -8,19% o reajuste a ser aplicado aos planos de saúde individuais. Esse índice é reflexo da queda das despesas assistenciais devido a pandemia de COVID-19.

Qual o papel do médico e como ele pode ajudar a inflação médica?

Já é sabido que os gastos no cenário de saúde suplementar são exorbitantes. Mas, o que você talvez não saiba é que, segundo a ANS, o índice de desperdícios corresponde a 20% apenas na parte de internações hospitalares.

Ainda, um dos principais fatores que impactam os custos está relacionado a gastos desnecessários com uma ampla gama de exames, procedimentos e medicamentos que não necessariamente estão associados à melhora do desfecho do internado.

Assim, a figura do médico é de extrema importância para a sustentabilidade do setor da saúde, pois ele é o responsável por indicar quais exames e procedimentos devem ser feitos.

Por isso cabe a ele analisar a pertinência das suas ações e o impacto que irá gerar para a saúde dos pacientes.

Além disso, esse profissional de saúde pode atuar na conscientização dos pacientes sobre a importância de realizar apenas exames que sejam pertinentes ao quadro clínico.

Esse é um dos caminhos para diminuir a inflação médica, pois diminui o gasto de recursos desnecessários. Outro fator importante para essa redução é a adoção da tecnologia por parte dos médicos.

Com ferramentas como o prontuário eletrônico e prescrição de medicamentos, o profissional mantém um histórico completo do paciente e acessível de qualquer lugar, seja no hospital ou em uma clínica.

Assim, ele consegue estabelecer um diagnóstico e tratamento mais assertivo, uma vez que conhece a história do paciente e sabe todos os medicamentos e tratamentos que já realizou.

Como as instituições de saúde podem diminuir a inflação médica?

Medidas podem ser tomadas para minimizar os efeitos da inflação médica, uma delas é mudar o modelo de remuneração adotado pelas instituições de saúde.

Hoje em dia o modelo mais utilizado é o fee for service, que consiste no pagamento de acordo com o tratamento direcionado ao paciente.

Uma mudança que impacta positivamente o sistema de saúde e que é tendência para os próximos anos consiste na aderência a um modelo de remuneração que seja baseado em valor.

Ou seja, a instituição é remunerada de acordo com o desfecho clínico do internado, e não apenas no tratamento que ele recebeu.

Isso incentiva as instituições a prestarem um cuidado de qualidade para o paciente. Isso possibilita a diminuição da inflação médica e o aumento do acesso à saúde para a população.

Outra mudança benéfica que diminui a inflação médica é a adoção de tecnologias inovadoras, provenientes do movimento de Saúde 4.0.

A implementação de inovações nas instituições de saúde permite a diminuição dos custos, o aumento da eficiência da operação e, por consequência, a minimização do impacto da inflação médica.

Em clínicas e consultórios, por exemplo, a adoção de um software médico de qualidade garante uma excelente modernização e praticidade no atendimento aos pacientes.

Como comentamos anteriormente, ferramentas como o prontuário eletrônico, agenda médica, Teleconsulta, gestão financeira e marketing médico, permitem que os profissionais tenham um histórico mais completo do paciente.

Dessa maneira, eles conseguem centralizar todas as informações médicas em uma única plataforma, o que auxilia na integração de dados da saúde e compartilhamento com uma equipe multidisciplinar.

Espero que este artigo tenha te ajudado!

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