O que é considerado dispositivo médico segundo a Legislação?

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Principais tópicos

Os dispositivos médicos são ferramentas, equipamentos, aparelhos e produtos utilizados em diferentes procedimentos médicos para diagnóstico, prevenção, tratamento e reabilitação de doenças e condições de saúde. 

Esses equipamentos são usados em diferentes áreas como oftalmologia, cardiologia, neurologia, entre outras. A utilização deles é regulamentada por diversas legislações no mundo todo, incluindo o Brasil. 

A definição de dispositivo médico de acordo com a legislação é essencial para garantir a segurança tanto dos pacientes quanto dos profissionais de saúde.

Neste artigo vamos explicar o que é considerado dispositivo médico segundo a legislação brasileira, quais são as categorias, como é feita a sua classificação e quais são as normas regulamentadoras.

Além disso, falaremos sobre a importância da rastreabilidade desses dispositivos e como a tecnologia tem contribuído para o seu desenvolvimento e aprimoramento.

Continue lendo para saber mais sobre o assunto!

O que é considerado dispositivo médico, conforme a OMS e a ANVISA?

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Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), dispositivo médico é qualquer instrumento, aparelho, equipamento, software, material ou outro produto que possa ser usado sozinho ou em combinação.

Essa definição também inclui o software necessário para o correto funcionamento do dispositivo destinado para uso em seres humanos com fins de diagnóstico, tratamento, monitoramento ou alívio de doenças.

Porém, é importante destacar que para ser considerado um dispositivo médico, o produto deve ser destinado especificamente para uso humano e possuir finalidade médica.

Dessa forma, a definição de dispositivo médico segundo a OMS é ampla e inclui uma grande variedade de produtos.

Desde equipamentos mais simples, como termômetros e seringas, até produtos mais complexos, como aparelhos de ressonância magnética e implantes médicos. 

O objetivo principal é garantir a segurança e a eficácia desses produtos na utilização em seres humanos.

Com relação à legislação brasileira, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) é responsável por regulamentar os dispositivos médicos. 

Segundo a ANVISA, dispositivo médico é todo produto utilizado para fins médicos, odontológicos, laboratoriais ou para diagnóstico, destinado a ser utilizado em seres humanos.

A definição inclui materiais, instrumentos, equipamentos, aparelhos, implantes, reagentes, entre outros.

De acordo com a ANVISA, os dispositivos médicos podem ser classificados em quatro categorias, de acordo com o risco que apresentam: baixo, médio, alto e de máximo risco. 

A classificação é importante para determinar os requisitos de segurança e eficácia que cada produto deve atender.

Como funciona o registro de dispositivos médicos?

Para que um dispositivo médico possa ser comercializado no Brasil, é necessário que ele seja registrado na ANVISA. 

O registro é obrigatório e visa garantir que o produto atenda aos requisitos de segurança, eficácia e qualidade estabelecidos pela ANVISA.

O processo de registro de dispositivos médicos é complexo e exige o cumprimento de diversas etapas, como: 

  • Apresentação de documentação técnica;
  • Realização de testes de segurança e eficácia;
  • Avaliação de especialistas da ANVISA;
  • Obtenção de certificações de qualidade.

O processo pode levar vários meses ou até mesmo anos, dependendo do tipo e da complexidade do produto.

Além do registro, os fabricantes de dispositivos médicos também precisam estar em conformidade com as normas regulamentadoras da ANVISA.

Entre as normais mais importantes, destacam-se:

  • RDC 16/2013: estabelece os requisitos para a fabricação, importação, exportação e comercialização de produtos médicos implantáveis ativos;
  • RDC 185/2001: trata do registro, alteração, revalidação e cancelamento do registro de produtos médicos no Brasil.

O não cumprimento das normas regulamentadoras pode resultar em penalidades para os fabricantes, incluindo multas, suspensão do registro e proibição de comercialização do produto.

Categorização dos dispositivos médicos no Brasil

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Dispositivos ativos

Os dispositivos ativos são aqueles que utilizam fontes de energia elétrica ou outras formas de energia para funcionar. 

Eles podem ser equipamentos de diagnóstico, como aparelhos de ultrassom, ou equipamentos terapêuticos, como ventiladores pulmonares.

Dispositivos implantáveis

Os dispositivos implantáveis são aqueles que são inseridos no corpo humano, como próteses, stents e marca-passos. Eles são utilizados para tratamento ou correção de doenças e condições de saúde.

De acordo com a ANVISA, os dispositivos implantáveis são classificados como de médio e alto risco, dependendo do tipo de dispositivo. 

Dispositivos experimentais

Os dispositivos experimentais são aqueles que ainda não possuem evidências suficientes para comprovar sua segurança e eficácia. Eles são utilizados em estudos clínicos para avaliar sua utilização em seres humanos.

Os dispositivos experimentais são classificados pela ANVISA como de máximo risco (classe IV), e sua utilização em estudos clínicos é regulamentada pela agência. 

Antes de serem utilizados em seres humanos, esses dispositivos precisam passar por avaliações rigorosas de segurança e eficácia.

Além disso, é preciso que o fabricante comprove a necessidade da adoção desse tipo de dispositivo médico em contraposição às ferramentas já existentes no mercado.

Dispositivos de uso único

Os dispositivos de uso único são aqueles que foram projetados para serem utilizados apenas uma vez e depois descartados, como seringas, agulhas e luvas.

Esses dispositivos são classificados pela ANVISA como de baixo risco (classe I). Isso significa que eles precisam cumprir requisitos técnicos e legais menos rigorosos para serem registrados e comercializados.

Dispositivos por medida

Os dispositivos por medida são aqueles que são utilizados para medir ou monitorar parâmetros biológicos, como pressão arterial, glicemia e temperatura corporal.

O que são os conjuntos de intervenções?

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Os conjuntos de intervenções são protocolos médicos que descrevem os procedimentos, equipamentos e materiais necessários para realizar uma determinada intervenção médica de forma padronizada e eficiente. 

Esses protocolos são usados para garantir a segurança do paciente e para melhorar a qualidade do atendimento médico.

Os conjuntos de intervenções são compostos por uma lista detalhada de itens que devem ser utilizados durante uma intervenção médica específica, como uma cirurgia ou um procedimento diagnóstico. 

Esses itens incluem equipamentos médicos, dispositivos, materiais cirúrgicos, medicamentos e outros itens que são necessários para realizar a intervenção.

A utilização de conjuntos de intervenções pode trazer diversos benefícios para os pacientes e para os profissionais da saúde. 

Eles ajudam a reduzir o tempo necessário para preparar os materiais e equipamentos, garantem a padronização dos procedimentos e ajudam a reduzir o risco de erros durante a intervenção médica.

Além disso, os conjuntos de intervenções podem ajudar a reduzir os custos de atendimento médico, uma vez que a padronização dos procedimentos pode ajudar a minimizar o desperdício de materiais e equipamentos.

No entanto, é importante ressaltar que os conjuntos de intervenções devem ser desenvolvidos com base em evidências científicas e atualizados regularmente para refletir as melhores práticas clínicas disponíveis. 

Dessa forma, é possível garantir a eficácia e segurança da utilização desses protocolos na prática médica.

Sistema de gestão médica é um tipo de dispositivo médico?

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Os sistemas de gestão médica são ferramentas de software que auxiliam os profissionais da saúde a gerenciar suas clínicas ou consultórios de forma eficiente e segura. 

Eles permitem o gerenciamento de agendas, prontuários eletrônicos, controle de estoque, faturamento, entre outras funcionalidades que visam melhorar a organização e produtividade do estabelecimento de saúde. 

Mas afinal, os sistemas de gestão médica são considerados dispositivos médicos?

Com as novas diretrizes de regulamentação dos dispositivos médicos que entraram em vigor em 2023, a RDC Anvisa nº 751/2022 incluiu explicitamente a categoria de software médico. 

De acordo com a ANVISA, um software médico é considerado um dispositivo médico e deve cumprir requisitos específicos para ser comercializado.

Isso significa que os sistemas de gestão médica podem ser considerados dispositivos médicos, dependendo do seu grau de risco. 

Por exemplo, um sistema que armazena e gerencia dados clínicos dos pacientes pode ser classificado como um dispositivo médico de classe II.

Já um sistema que gerencia agendas e comunicação, pode ser classificado como um dispositivo médico de classe I.

Quais os benefícios de usar um software médico no dia a dia da clínica ou consultório?

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A utilização de um software médico no dia a dia da clínica ou consultório pode trazer diversos benefícios para os profissionais da saúde, seus pacientes e a própria gestão da instituição.

Em primeiro lugar, o software médico permite o gerenciamento eficiente da clínica ou consultório, economizando tempo e recursos em tarefas administrativas e burocráticas. 

Com recursos de agendamento, controle de estoque, controle financeiro e outras funcionalidades, o software médico automatiza tarefas que antes eram feitas manualmente.

Essa automação reduz o tempo gasto nessas atividades e evita erros.

Além disso, um software médico ajuda a garantir a segurança e precisão dos dados clínicos dos pacientes, reduzindo o risco de erros e perda de informações. 

Com o prontuário eletrônico, por exemplo, é possível ter acesso rápido e fácil ao histórico de saúde dos pacientes, incluindo informações sobre consultas anteriores, exames realizados, medicações prescritas, entre outros.

Isso permite que os profissionais da saúde possam tomar decisões mais informadas e precisas em relação aos cuidados de saúde dos pacientes.

Outro benefício importante do software médico é a possibilidade de melhorar a qualidade do atendimento ao paciente. 

Com um sistema de agendamento a gestão da agenda dos profissionais da saúde é otimizada, evitando atrasos e tempo de espera desnecessários para os pacientes. 

Além disso, o software pode permitir que os pacientes tenham acesso aos seus próprios dados de saúde, incluindo resultados de exames e prontuários eletrônicos.

Essa acessibilidade do paciente aumenta a sua participação no processo de cuidados de saúde.

Por fim, o uso de um software médico pode trazer benefícios para a própria gestão da clínica ou consultório, como o aumento da eficiência operacional, a redução de custos e a melhoria da satisfação do paciente. 

Quais dispositivos médicos uma clínica ou consultório precisa ter?

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Existem diversos dispositivos médicos disponíveis no mercado, mas para uma clínica ou consultório, existem alguns que são essenciais para oferecer um bom atendimento aos pacientes. 

Abaixo listamos alguns dispositivos que não podem faltar em uma instituição de saúde:

  • Estetoscópio: o estetoscópio é utilizado para avaliar o coração, pulmões e outras partes do corpo;
  • Monitor de pressão arterial ambulatorial: é um dispositivo que mede a pressão arterial do paciente ao longo do dia, permitindo o diagnóstico de hipertensão arterial e avaliando a efetividade do tratamento;
  • Desfibrilador: utilizado em emergências cardíacas para restabelecer o ritmo cardíaco normal por meio da aplicação de um choque elétrico;
  • Ventilador mecânico: auxilia no tratamento e atendimento de pacientes com insuficiência respiratória aguda ou crônica, que necessitam de suporte para respirar;
  • Oxímetro de pulso: serve para medir a saturação de oxigênio no sangue e a frequência cardíaca, sendo útil para monitorar pacientes com doenças respiratórias;
  • Esfigmomanômetro: utilizado para medir a pressão arterial dos pacientes, é fundamental para o diagnóstico e acompanhamento de doenças cardiovasculares;
  • Dispositivos para exames laboratoriais: microscópio e aparelho de análise de sangue são essenciais para a realização de exames laboratoriais;
  • Otoscópio e oftalmoscópio: utilizados para examinar o ouvido e os olhos dos pacientes, permitindo o diagnóstico de diversas doenças;
  • Aparelhos de ultrassom: são utilizados para visualização interna do corpo humano, sendo essenciais para diagnósticos de algumas doenças e acompanhamentos de gravidez;
  • Equipamentos para radiografia: incluem o raio-x, mamógrafo, tomografia e outros dispositivos para diagnóstico e tratamento de doenças específicas.

É importante destacar que a escolha dos dispositivos médicos deve levar em consideração as necessidades específicas da instituição e dos pacientes atendidos. 

Além disso, a manutenção adequada desses equipamentos é fundamental para garantir seu funcionamento e evitar problemas no atendimento aos pacientes.

O que é a marcação CE e qual a importância dos dispositivos médicos possuírem?

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A marcação CE é uma certificação obrigatória para todos os dispositivos médicos que são comercializados na União Europeia (UE), um dos blocos mais exigentes do mundo em termos de certificação. 

Essa certificação garante que o dispositivo médico esteja em conformidade com as normas e regulamentos da UE, atendendo aos requisitos de segurança, eficácia e qualidade estabelecidos pela legislação.

A importância da marcação CE para os dispositivos médicos é que ela garante que esses produtos passaram por rigorosos processos de avaliação e testes antes de serem comercializados. 

Isso traz benefícios tanto para os fabricantes, que podem expandir seu mercado de atuação, quanto para os profissionais de saúde e pacientes, que podem confiar na qualidade e segurança dos dispositivos médicos.

Além disso, a marcação CE é um símbolo de qualidade reconhecido internacionalmente, o que pode ajudar a aumentar a confiança dos clientes e consumidores nos produtos. 

Apesar de não ser uma garantia absoluta de segurança ou eficácia, a marcação CE é um importante indicador de qualidade para os dispositivos médicos.

O mercado de dispositivos médicos e a segurança do paciente

O mercado de dispositivos médicos é um setor em constante crescimento e evolução, com diversas inovações tecnológicas sendo lançadas todos os anos. 

No entanto, é importante lembrar que a utilização de dispositivos médicos sem os devidos cuidados e precauções pode representar riscos à saúde dos pacientes.

A segurança do paciente é uma preocupação fundamental para todas as instituições de saúde e profissionais da área. 

Por isso, a escolha de dispositivos médicos de qualidade, que tenham passado por avaliações rigorosas e que sejam certificados, é uma medida importante para garantir a segurança dos pacientes.

Além disso, é essencial que os profissionais de saúde estejam devidamente capacitados e treinados para utilizar os dispositivos médicos de forma correta e segura. 

A manutenção adequada dos equipamentos e a realização de testes de qualidade também são medidas importantes para garantir a segurança dos pacientes.

A segurança do paciente é uma responsabilidade compartilhada entre fabricantes, reguladores, instituições de saúde e profissionais da área. 

Por isso, todos devem trabalhar juntos para garantir a qualidade e segurança dos dispositivos médicos utilizados na prática clínica.

Conclusão

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Neste artigo, vimos que dispositivos médicos são produtos, aparelhos ou máquinas que possuem uma finalidade médica e são utilizados para prevenção, diagnóstico ou tratamento de uma doença ou enfermidade. 

Também vimos que existem diversas categorias de dispositivos médicos, como os dispositivos ativos, implantáveis, experimentais, de uso único e por medida.

Cada categoria possui características e exigências específicas para sua comercialização.

Falamos ainda sobre a importância da marcação CE, certificação obrigatória para todos os dispositivos médicos que são comercializados na União Europeia. 

Essa certificação garante que o dispositivo médico esteja em conformidade com as normas e regulamentos da UE, atendendo aos requisitos de segurança, eficácia e qualidade estabelecidos pela legislação.

Abordamos também a importância da segurança do paciente e destacamos a responsabilidade compartilhada entre fabricantes, reguladores, instituições e profissionais na garantia da qualidade e segurança desses produtos.

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