A demografia médica de 2020 feita pela USP, em parceria com o CFM, mostra que o Brasil conta com mais de 500 mil médicos, mas a desigualdade de distribuição segue esse aumento.
Apesar do mercado médico estar cada vez mais lotado, a população brasileira não se beneficia igualmente desse crescimento.
Regiões com poucos especialistas, como o nordeste e o norte, que conta com um ou menos médicos por 1.000 habitantes, são extremos opostos das capitais, onde há 5,65 médicos por 1.000 habitantes.
Como a própria pesquisa afirma:
“A tragédia da pandemia da Covid-19 relembrou aos países e aos sistemas de saúde, […] o quão fundamentais são os recursos humanos e a existência de médicos em quantidade suficiente, bem distribuídos, valorizados e protegidos, com habilidades e capacidades para atender às necessidades da população de maneira oportuna, eficiente e efetiva.”
Veja nesta curadoria as 5 principais revelações da demografia médica de 2020. Acompanhe!
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5 principais marcos da demografia médica de 2020
1. Mais de 500 mil médicos, razão de 2,38 médicos por 1.000 habitantes
Em novembro de 2020 o Brasil alcançou a marca histórica de 500 mil médicos e a razão de 2,38 médicos por 1.000 habitantes.
É a maior densidade e quantidade de profissionais já registrados no país e na última década (2010 a 2019), 179.838 novos médicos entraram no mercado de trabalho.
Nos últimos 100 anos, o número de médicos no Brasil cresceu proporcionalmente 5 vezes mais que o número de habitantes.
2. Medicina cada vez mais jovem e feminina
As mulheres são a maioria em grupos de até 29 anos (58,5%) e entre 30 a 34 anos (55,3%).
“A crescente feminização da carreira médica é nítida na evolução da distribuição por gênero ao longo do último século.”
Além disso, a média de idade dos médicos em atividade é de 45 anos, com desvio padrão igual a 15. Essa médica cai a cada ano, o que afirma o juvenescimento da Medicina no país.
3. Médicos concentrados nas capitais
Segundo a pesquisa, há uma enorme desigualdade na distribuição de médicos nas capitais e na cidade do interior, até mesmo entre as próprias capitais e entre municípios do interior dos diversos estados.
Nas capitais há 5,65 médicos por 1.000 habitantes e nas cidades do interior há 1,49 médicos por 1.000 habitantes.
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4. Quatro especialidades concentram quase 40% dos especialistas
As especialidades que concentram 40% dos especialistas são:
- Clínica médica (11,3%)
- Pediatria (10,1%)
- Cirurgia Geral (8,9%)
- Ginecologia e Obstetrícia (7,7%)
No total as quatro especialidades concentram 38% dos especialistas. Outras especialidades também se destacam, como:
- Anestesiologia (5,9%)
- Medicina do Trabalho (4,6%)
- Ortopedia e Traumatologia (4,1%)
- Cardiologia (4,1%)
- Oftalmologia (3,6%)
- Radiologia e Diagnóstico por Imagem (3,3%)
No total as 10 especialidades representam 63,6% de todos os títulos de especialistas.
Vale ressaltar que a especialidade com maior número de mulheres é a dermatologia (77,9%) e a com maior número de homens é a urologia.
Na pediatria as mulheres representam 74,4%, na endocrinologia e metabologia, 70,6% e na alergia e imunologia, 67,4%.
O aumento de mulheres em quatro especialidades é cada vez mais crescente: pediatria, medicina de família e comunidade (58,7%), ginecologia e obstetrícia (57,7%) e clínica médica (53%).
5. Quase metade dos médicos do Brasil atuam em consultório próprio
Os médicos do Brasil são mais concentrados no setor privado. 28,3% atuam exclusivamente no privado e 50,2% atua no setor público e privado, ou seja, 78,5% dos médicos atuam no privado.
Desses profissionais, 47,6% mantém consultório particular ou divide o espaço com colegas.
Esses foram os principais marcos da demografia médica de 2020.
É evidente que, para se destacar no mercado médico, que está cada vez mais lotado, é necessário buscar atualização profissional e tecnologias que fidelizem pacientes.
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