Ícone do site Blog iClinic – Dicas para gestão de clínicas e consultórios!

Você consulta a opinião de outros médicos e profissionais?

Você consulta a opinião de outros médicos?

O aumento constante dos custos é um dos maiores desafios do sistema saúde neste século. A cada dia que a medicina avança e novas tecnologias entregam métodos diagnósticos e terapêuticos mais eficazes, os custos continuam subindo para todos os personagens envolvidos no cenário de saúde.

Uma tática, já aplicada em outros países, está começando a ficar mais popular entre as operadoras de saúde nacionais. Estamos falando da segunda opinião.

A ideia de buscar por uma segunda opinião, às vezes terceira ou quarta, é baseada na premissa de que muitos procedimentos de alta complexidade, em geral cirurgias, podem ser considerados desnecessários ou possuírem alternativas mais baratas quando discutidos entre vários especialistas.

Recentemente, uma parceria entre uma grande operadora de Plano de Saúde e o Hospital Albert Einstein que utilizou essa tática gerou uma redução de 50% da necessidade de cirurgias. Este primeiro sucesso causou repercussão e outras operadoras já estão começando a inserir a segunda opinião como rotina dos seus serviços.

Contar com a segunda opinião é algo natural na medicina. Mesmo nós, médicos, no dia a dia, tomamos a prática como algo comum ao conversar com um colega sobre um caso, ou compartilhar com staff ou professor. Apesar disso, muitas operadoras têm encontrado resistência ao lidar com este formato de avaliação, principalmente dos médicos.

No Brasil, muito médicos não se sentem à vontade ao receber uma crítica a conduta ou serem questionados sobre sua decisão para o paciente. Além disso, muitos profissionais acreditam que tal questionamento pode gerar um desconforto na relação médico paciente e insegurança do mesmo sobre qual conduta deve acreditar.

Estamos passando por um cenário extremamente difícil na saúde brasileira, em que muitas vezes a desvalorização se coloca como uma montanha a ser escalada, principalmente para o médico jovem. Entretanto, frente aos escândalos recentes de máfias de próteses, excesso de cirurgias, indicações suspeitas, desvios e outras formas de fraude, que agravam ineficiência do Estado, não há como negar que um olhar mais profundo das operadoras sobre as condutas dos médicos é um fator importante para um sistema de saúde sustentável.

Nós, médicos, precisamos aprender a lidar com a nova ordem. Reconstruir a imagem desgastada, muitas vezes não por nossa culpa direta e agravada por condutas de maus médicos, e encontrar mecanismos para que nossos pacientes se sintam cada vez mais seguros.

Autor:
Bruno Lagoeiro
Médico e CEO da PEBMED

Cadastre-se na Newsletter do iClinic
Sair da versão mobile