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3 dicas para evitar doenças ocupacionais em clínicas

medico exausto e com doencas ocupacionais em uma clinica

A incidência de doenças ocupacionais ainda é elevada no Brasil, mas medidas de prevenção ajudam a reduzir o problema nas clínicas e consultórios.

Mesmo com normas referentes à saúde e segurança no trabalho, o número de problemas relacionados ao estresse, postura e movimentos repetitivos demanda atenção do governo, dos empregadores e dos próprios trabalhadores.

Contratar um plano de saúde para empresa, estar atento às práticas de prevenção a acidentes laborais e oferecer qualidade de vida aos funcionários, são alguns exemplos de ações necessárias. 

Entre 2012 e 2021, o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) concedeu 2,5 milhões de benefícios previdenciários, incluindo auxílio-doença, aposentadoria por invalidez, pensão por morte e auxílio-acidente. 

Os dados, decorrentes de 6,2 milhões de comunicados de acidentes de trabalho (CAT), foram atualizados e divulgados em 2022, pelo Observatório de Segurança e Saúde no Trabalho.

Uma doença ocupacional é qualquer complicação de saúde, tanto física quanto psicológica, que tenha sido provocada pelo exercício do trabalho de um profissional. 

Essa categoria é dividida entre doenças profissionais, causadas por movimentos repetitivos ou pela exposição a agentes nocivos à saúde, e doenças do trabalho, motivadas por uma tarefa específica e relacionadas ao ambiente, como ruídos excessivos e sobrecarga.

Como os profissionais que atuam na área da saúde estão em constante contato com pacientes doentes e, muitas vezes, possuem jornadas de trabalho exaustivas, é fundamental entender mais sobre o assunto.

Neste artigo você vai aprender:

Doenças ocupacionais mais comuns em clínicas e consultórios

De acordo com o Informe da Previdência Social de dezembro de 2020, as principais doenças laborais com concessão de Auxílio Doença Previdenciário são lesões, doenças do sistema osteomuscular e do tecido conjuntivo, e os transtornos mentais e comportamentais. 

Lesão por Esforço Repetitivo

A Lesão por Esforço Repetitivo (LER) é provocada pela repetição de um movimento de trabalho por tempo prolongado

Assim, o funcionário pode ter a sua capacidade produtiva reduzida, já que o problema pode atingir músculos, nervos, ligamentos e tendões. 

Alguns exemplos são tendinites (especialmente de ombro, cotovelo e punho), bursite e síndrome do túnel do carpo. 

Distúrbios osteomusculares

Os principais Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho (DORT) incluem lombalgias — dores na região lombar — e, com mais frequência, as mialgias — dores musculares — em diversos locais do corpo. 

Transtornos mentais

Segundo pesquisa da Closecare, plataforma digital de gestão de atestados médicos e de saúde corporativa, o afastamento com atestados médicos por doenças mentais vem aumentando nas organizações brasileiras. 

Entre janeiro de 2020 e abril de 2022, foram avaliados 480 mil atestados médicos de 16 empresas que utilizam seu serviço. Os resultados apontam crescimento de 30% no afastamento de profissionais devido a transtornos mentais e comportamentais. 

O Informe da Previdência Social estima que essa seja a causa principal de afastamento do trabalho até 2030.

Como evitar doenças ocupacionais em clínicas e consultórios

Como define a Organização Mundial da Saúde (OMS), a saúde não é apenas a ausência de doença, mas sim um estado de bem-estar físico, mental e social. 

Nesse sentido, a saúde nas clínicas e consultórios seria o conjunto de ações que uma companhia pode adotar para promover a qualidade de vida dos funcionários

Com base nas três principais doenças apontadas pela Previdência, é possível pensar em algumas recomendações e dicas de como as instituições de saúde e colaboradores podem evitar que doenças laborais sejam um problema. 

  1. Mantenha atenção à ergonomia

Para prevenir diferentes tipos de LER, é fundamental fazer pausas para diminuir o tempo prolongado realizando movimentos repetitivos. 

Além disso, a equipe deve cuidar do mobiliário disponível para uso. Como as doenças ocupacionais têm relação direta com a postura, ter atenção à ergonomia é ponto-chave para evitá-las. 

De acordo com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), uma boa postura é fundamental para diminuir a fadiga muscular e visual. 

Como médicos, profissionais de saúde e recepcionista trabalham com computadores, o ideal é manter as costas apoiadas pelo encosto da cadeira, com ângulos de 90º entre os antebraços e os braços e entre as pernas e o tronco.

Além disso, é preciso posicionar-se de 45 a 70 centímetros do monitor, formando um ângulo de 10 a 20 graus. A altura do computador pode ser regulada para ficar ligeiramente abaixo da altura dos olhos (15 a 20 graus) a fim de evitar a tensão no pescoço. 

Os pés também devem estar apoiados no chão ou em suporte para possibilitar a circulação sanguínea para os membros inferiores e proporcionar maior conforto

De modo geral, todos os membros do corpo devem estar confortáveis, em postura relaxada e ângulos retos.

  1. Pratique atividade física

     

A OMS enfatiza que a prática de exercícios físicos traz benefícios para o bem-estar e para a qualidade de vida, garantindo, ainda, melhor desempenho no trabalho e na vida de maneira geral.  

A falta de atividade física, por outro lado, é um dos principais fatores de risco para doenças não transmissíveis e tem efeito negativo na saúde mental e na qualidade de vida. 

O incentivo à prática, portanto, ajuda a fortalecer a musculatura dos colaboradores, garantindo mais força e resistência ao corpo e aumentando a produtividade. 

  1. Implemente programas corporativos de saúde mental

Com o aumento do número de afastamentos do trabalho em decorrência de doenças mentais e, em janeiro de 2022, o reconhecimento da síndrome de burnout como patologia laboral, a tendência nas clínicas é de valorização de programas que incluam apoio à saúde psicológica.

Serviços assim são cada vez mais demandados nos ambientes corporativos, já que resguardam as companhias, suas equipes e a produtividade. 

É o que ficou evidenciado com a Pesquisa Quantitativa da Saúde Suplementar na indústria brasileira (novembro de 2020), da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) e do Serviço Social da Indústria (Sesi). 

O estudo analisou os principais reflexos da pandemia nos planos de saúde do setor industrial. 

Os resultados revelam o reconhecimento, por 65% do contingente mapeado, de que o cuidado com a saúde psicológica dos colaboradores é uma necessidade e deve ser intensificada.

Entre as linhas de cuidado mais adotadas estão a saúde mental e o cuidado com a depressão, o incentivo à atividade física e o gerenciamento de estresse. O atendimento psicológico para os trabalhadores também aparece como tendência importante. 

Conclusão

A discussão sobre as doenças ocupacionais na área da saúde é fundamental, pois para cuidar da saúde dos pacientes, é preciso cuidar da própria saúde em primeiro lugar, o que inclui tanto a física quanto psicológica.

Ao incentivar e adotar políticas de prevenção para doenças laborais, você garante que todos os profissionais da clínica, sejam médicos, recepcionistas ou demais profissionais de saúde, estão preparados para oferecer o melhor atendimento possível aos pacientes.

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