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Principais sintomas do Burnout em médicos e como tratar

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Em alguns casos, os médicos priorizam cuidar do outro e não têm tempo para eles mesmos. Trabalhar muito e dedicar pouco tempo para o lazer prejudica a saúde e doenças como a Síndrome da Invulnerabilidade Médica e o Burnout se desenvolvem.

Uma rotina de trabalho estressante e agitada pode afetar a saúde física e mental de médicos, colocando em risco não só a vida do próprio profissional, como também a de terceiros.

A Síndrome de Burnout é essencialmente multifatorial, sendo desencadeada por um estresse emocional decorrente de condições de trabalho desgastantes, sensação de cansaço e desinteresse crônicos.

Segundo pesquisa realizada pelo site Medscape, 1 a cada 3 médicos no Brasil sofre de Síndrome de Burnout. O estudo, realizado antes da pandemia do coronavírus, por isso, hoje esses números podem ser ainda maiores. 

O estudo identificou sensações e comportamentos muito preocupantes sobre a saúde mental desses profissionais:

  • 33% se sentiam menos dispostos a ouvir e responder atentamente seus pacientes;
  • 29% apresentavam aspecto menos amigável no atendimento;
  • 20% ficavam irritados com mais facilidade com os pacientes;
  • 11% cometeram erros simples que poderiam ter sido evitados;
  • 4% cometeram erros graves que poderiam ter impactado gravemente os pacientes.

Neste artigo, esclarecemos dúvidas sobre esse distúrbio psíquico relacionado ao estresse crônico no trabalho e os perigos do Burnout em médicos. Confira!

O que é Burnout médico?

Síndrome de Burnout ou Síndrome do Esgotamento Profissional é um distúrbio emocional com sintomas de exaustão extrema, estresse e esgotamento físico resultante de situações de trabalho desgastante, que demandam muita competitividade ou responsabilidade. 

A principal causa da doença é justamente o excesso de trabalho. 

Essa síndrome é comum em profissionais que atuam diariamente sob pressão e com responsabilidades constantes, como médicos, enfermeiros, professores, policiais, jornalistas, dentre outros.

Ao lidar diariamente com vários tipos de enfermidades, os médicos ficam vulneráveis a certos transtornos da mente, principalmente aqueles relacionados à depressão e à ansiedade.

O conceito de burnout foi definido em 1974 pelo psicólogo Freudenberger. Os principais sintomas desse estado de saúde são: atitude fria, despersonalização no trato dos pacientes e sentimento de fracasso em relação ao trabalho.

Segundo a Dra. Maria Antônia Frasquilho, na pesquisa Stress e burnout em médicos: prevenção e tratamento, o profissional pode chegar a um estado de desespero tão grande que a depressão em relação ao trabalho pode culminar em cardiopatias e AVCs.

Quais os principais motivos de desenvolvimento de Burnout em médicos?

O desenvolvimento de Burnout em médicos normalmente é o resultado do acúmulo excessivo em situações de trabalho que são emocionalmente exigentes e/ou estressantes, que demandam muita competitividade ou responsabilidade, especialmente nas áreas de educação e saúde.

Diariamente, grande parte dos médicos são expostos a estímulos negativos que podem agravar ou provocar a síndrome como, por exemplo:

  • Conviver com a dor e sofrimento de seus pacientes; 
  • Lidar com a falta de estrutura e mesmo ausência de material básico para atendimento; 
  • Se expor a riscos biológicos, físicos e químicos; 
  • Tomar decisões importantes como suspender o tratamento e iniciar à sedação terminal de pacientes graves; 
  • Lidar com situações conflituosas com as famílias de pacientes, que muitas vezes são hostis e manifestam o desagrado em relação ao atendimento que foi prestado; 
  • Lidar com a evolução negativa do quadro clínico de seu paciente, gerando uma sensação de impotência ao médico;
  • Aguentar a sobrecarga no trabalho e jornadas excessivas sem descanso.

A pressão pelo desempenho de uma conduta médica excelente, sem falhas no diagnóstico e tratamento dos pacientes, levam o médico a uma cobrança excessiva de si mesmo.

A Síndrome de Burnout e a Síndrome da Invulnerabilidade Médica

A chamada Síndrome da Invulnerabilidade Médica acomete profissionais da saúde das mais diversas áreas. Essa síndrome se desenvolve naqueles médicos que acreditam ser imunes a doenças. 

Esses profissionais se sentem acima dos perigos que afligem as pessoas, incapazes de ser atingidos por acidentes ou enfermidades e, caso isso venha a acontecer, acreditam possuir total capacidade de resolver a questão sozinho.

Como estão acostumados a enfrentar “perigos” e superá-los, postergam exames preventivos e não se cuidam como deveriam. As consequências desse comportamento podem ser devastadoras para os profissionais.

Além disso, existe certa relação entre a Síndrome de Burnout e a Invulnerabilidade Médica, uma vez que ambas as condições contribuem para a ocorrência de transtornos mentais. 

Ocorre uma distorção das expectativas idealistas da profissão, principalmente durante os primeiros anos da carreira. 

Esses fatores contribuem consideravelmente para a incidência dos casos de stress, ansiedade, depressão e até mesmo a ideação suicida.

Assim, é aconselhável que, especialmente os profissionais recém-formados, façam terapia. A Síndrome da Invulnerabilidade Médica é séria e deve ser tratada com ajuda profissional.

Especialidades médicas mais afetadas por Burnout

Segundo uma pesquisa do Archives of Internal Medicine, publicada em 2012, os médicos sofrem mais com burnout do que qualquer outro trabalhador. Algumas especialidades que são mais suscetíveis ao burnout, são: 

  • Terapia Intensiva;
  • Medicina de emergência;
  • Cirurgia Geral;
  • Medicina da família;
  • Infectologia;
  • Medicina Interna;
  • Radiologia;
  • Ginecologia e Obstetrícia;
  • Neurologia;
  • Urologia.

No dia a dia, os médicos destas especialidades são constantemente levados ao extremo em seu trabalho, tanto em sentido físico como em sentido emocional, o que resulta na desmotivação, esgotamento e cansaço.

Em relação à Terapia Intensiva, o Burnout estaria relacionado aos conflitos éticos e profissionais que acarretam estresse, como assistir pacientes em condições graves, decidir sobre a suspensão do tratamento e proceder à sedação terminal, além da falta de contrato fixo de trabalho.

Principais sintomas da Síndrome de Burnout

A Síndrome de Burnout costuma ter três principais características: exaustão, menor identificação com o trabalho e sensação da redução da capacidade profissional.

Segundo o Ministério da Saúde, os principais sinais e sintomas que podem indicar a Síndrome de Burnout são:

  • Cansaço excessivo, físico e mental;
  • Dor de cabeça frequente;
  • Alterações no apetite;
  • Insônia;
  • Dificuldades de concentração;
  • Sentimentos de fracasso e insegurança;
  • Negatividade constante;
  • Sentimentos de derrota e desesperança;
  • Sentimentos de incompetência;
  • Alterações repentinas de humor;
  • Isolamento;
  • Fadiga;
  • Pressão alta;
  • Dores musculares;
  • Problemas gastrointestinais;
  • Alteração nos batimentos cardíacos.

Normalmente esses sintomas surgem de forma leve, mas tendem a piorar com o passar dos dias. Por essa razão, muitas pessoas acham que pode ser algo passageiro.

Riscos do distúrbio de Burnout para médicos

De acordo com um artigo publicado no periódico Mayo Clinic Proceedings, os médicos com Síndrome de Burnout estão mais propensos a cometer erros graves no exercício da profissão, como erro de avaliação e de diagnóstico. 

As consequências do Burnout nos profissionais de saúde são graves e estão associadas a distúrbios individuais, tais como transtorno de estresse pós-traumático (TEPT), abuso de álcool, queixas psicossomáticas, uso de drogas, depressão e ideação suicida.

O Burnout em médicos também gera mudanças comportamentais referentes à insatisfação no trabalho, falta de comprometimento organizacional e intenção de abandonar o trabalho, bem como, problemas no trabalho, como absenteísmo, piores resultados nas medidas de segurança ao paciente e erros na prática profissional.

A ocorrência de erros na prática profissional também causa prejuízos para o próprio profissional, na medida em que se relaciona à perda de confiança, dificuldades para dormir, redução da satisfação no trabalho, aumento dos níveis de estresse ocupacional e dano à imagem profissional.

Como tratar o Burnout médico?

O tratamento para Síndrome de Burnout deve ser orientado por um psicólogo ou psiquiatra e, normalmente, é feito por meio da combinação de medicamentos e terapias.

O psiquiatra, após o correto diagnóstico, irá prescrever os medicamentos adequados como antidepressivos para ajudar no tratamento dos sintomas mais fortes.

Depois, é necessário buscar acompanhamento com o psicólogo para auxiliar a pessoa a mudar seus hábitos e criar novas estratégias para conseguir voltar ao trabalho aos poucos e a desenvolver estratégias para combater o estresse.

Veja algumas dicas para evitar a síndrome de burnout

Gestão do tempo

Algumas técnicas de organização ajudam a conciliar o trabalho com atividades pessoais.

Possuir uma agenda atualizada dos seus compromissos, tanto profissionais quanto pessoais, é fundamental para uma boa gestão do tempo.

Uma ótima opção são as agendas online, que possam ser acessadas do smartphone. Afinal, seu celular está sempre ao alcance das mãos, o que facilita a criação e consulta de atividades a qualquer momento de forma rápida e simples.

Com a agenda do iClinic você tem acesso privado aos compromissos da sua agenda pessoal e aos agendamentos que suas secretárias realizam no sistema de agenda médica em um mesmo lugar.

Alimentação

Um fator essencial para uma vida mais saudável é manter uma alimentação sempre regrada e balanceada. Por conta das rotinas imprevisíveis da profissão, os médicos podem ficar muitas horas sem comer.

Mas o ideal é ter sempre um plano B para driblar os períodos de fome. Frutas, sucos naturais, barras de cereais e outros snacks saudáveis são bons aliados para enfrentar longas horas de trabalho.

Sono

O sono é uma atividade fisiológica essencial para recuperar as energias, além de descansar a mente e o corpo. Ter uma boa noite de sono ajuda a melhorar a disposição, cultivar um bom humor e prevenir diversas doenças físicas e mentais.

Mais do que garantir um bom desempenho profissional, um sono saudável é uma forma de assegurar o bem-estar individual e coletivo, bem como a segurança pública, isso especialmente para aqueles que exercem profissões de risco.

Exercícios físicos

Outra medida importante para quem deseja cuidar da própria saúde é a prática regular de exercícios físicos.

O médico pode não ter tempo para muitas horas de academia e ginástica, mas é preciso reservar ao menos dois dias na semana para opções que podem ir desde esportes como futebol, tênis, vôlei e basquete, yoga, dança de salão ou até mesmo pilates.

Qualquer esporte é válido para exercitar o corpo e relaxar a mente.

Férias periódicas

Para quem se dedica tanto à profissão, é natural querer sempre dar o seu melhor e trabalhar todos os dias. Contudo, é fundamental encontrar um equilíbrio entre trabalho e descanso.

As férias são importantes para a criatividade e para o rendimento e são fundamentais para repor as energias físicas e promover o equilíbrio da saúde mental.

Praticar hobbys

Ter um hobby é fundamental para conseguir aliviar as tensões e estresses diários, além de ter um momento dedicado exclusivamente para si mesmo. Essa atividade deve ser feita por vontade própria em busca de satisfação e momento de alegria.

Não ter um momento para aproveitar sua companhia pode te deixar mais estressado e mal-humorado, pois não há a chance de você descarregar suas emoções e cansaço da semana, e assim acaba sendo obrigado a carregar tudo sozinho. 

Além disso, ficar a todo momento focado apenas em obrigações pode ser muito cansativo e levar ao esgotamento mental.

Cuidar da saúde mental

Segundo a Organização Mundial da Saúde, saúde é um estado de completo bem-estar físico, mental e social, e não só ausência de afecções ou doenças. 

Nesse sentido, a saúde mental é um dos pilares para ser saudável e tem interação direta com o estado físico e social do indivíduo.

A saúde mental tem influência nas condições físicas, no bem-estar e nas atividades relacionadas ao cérebro, como a cognição. 

Somado a isso, uma mente tranquila tem melhores condições de administrar situações estressantes, ser mais produtiva e atenta.

Cuidar da saúde mental é importante para aprender a respeitar os seus limites e a descansar nos momentos necessários. 

Como um software ajuda na gestão e otimização do trabalho médico?

Uma das ferramentas mais utilizadas para otimizar o dia a dia de trabalho são os softwares médicos, que simplificam os processos burocráticos e manuais e ajudam o médico a focar naquilo que desejam. 

Pense em todas as atividades manuais que você e sua equipe precisam fazer diariamente, entre atender os pacientes e cuidar da gestão financeira da clínica. Todas essas atividades podem ser otimizadas por meio de um software médico.  

O iClinic possui uma variedade de funcionalidades, como:

  • Agendamento online, uma agenda disponível 24 horas no AgendarConsulta ou no seu próprio site, para que seus pacientes marquem atendimentos a qualquer hora sem precisar ligar para a clínica. O próprio paciente visualiza os dias e horários disponíveis e marca seu atendimento;
  • Agenda médica integrada ao agendamento online, assim logo que o paciente seleciona um horário a agenda é atualizada. Além disso, a agenda do iClinic possui cores personalizadas para cada procedimento, visualização por dia ou semana, lista de espera e lista de pacientes do dia;
  • Lembretes e confirmações de consulta automáticas, assim suas secretárias não precisam ligar para os pacientes para confirmar a consulta, um dia antes o paciente recebe um SMS e confirma ou não o atendimento. A partir da resposta do paciente, a sua agenda confirma ou cancela o atendimento; 
  • Prontuário eletrônico personalizável de acordo com a sua especialidade, nele é possível centralizar todas as informações dos pacientes em um único local, e permite que você salve modelos de receitas, documentos e atestados;
  • Teleconsulta com integração ao prontuário eletrônico e termo de consentimento para pacientes;
  • Prescrição eletrônica integrada ao iClinic Rx, prescrição com banco de medicamentos atualizado, memorização de posologia e envio automático por WhatsApp;
  • Relatórios e gráficos automáticos com dados fundamentais como faltas por paciente, pacientes para retorno, repasse por profissionais, entre outros;
  • E-mail marketing que permite o envio de mensagens automáticas e personalizadas para seus pacientes, no período que você desejar. Assim, fica mais fácil manter contato com o paciente após a consulta e fidelizá-lo.

Em vez de passar horas buscando dados sobre um paciente, conte com um sistema com todas as informações, histórico e procedimentos, agendamentos e gestão financeira. 

Assim, não só marcar consultas se torna mais fácil, mas o trabalho dentro da sala de atendimento também é otimizado, o que acaba permitindo que o médico tenha mais tempo livre para atividades de lazer e bem estar. 

Conclusão

Quanto maior for a cobrança em relação às atividades ocupacionais, maiores as chances de alguém adoecer por Burnout.

Para evitar que o burnout em médicos se instale, é preciso que o profissional desfrute de períodos de descanso, não só físico como mental

E se o excesso de compromissos é uma das grandes causas do Burnout no trabalho, vale a pena definir limites em relação ao número de tarefas diárias. 

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