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Informações erradas na internet prejudicam a relação médico-paciente?

Informações erradas na internet prejudicam a relação médico-paciente?

Você já fez uma busca no Google da palavra “tosse”? Ao fazer essa pesquisa, o buscador encontra aproximadamente 1.990.000 resultados em apenas 0,27 segundos.

Provavelmente você não costuma fazer esse tipo de pesquisa, mas o seu paciente certamente faz.

O autodiagóstico pela internet cria uma expectativa no paciente e quando o diagnóstico do profissional destoa das informações que ele encontrou online, a relação de confiança médico e paciente pode ser prejudicada.

De acordo com o resultado de uma pesquisa encomendada pela seguradora Bupa ao Instituto Ipsos e à London School of Economics, oito em cada dez brasileiros usam a internet para buscar informações sobre sua saúde.

Dessas pessoas, 45% procuram sobre hospitais, 68% consultam a internet sobre medicamentos e 41% desejam conhecer as experiências de outros pacientes.

Informações erradas na rede

Claro que quanto mais a pessoas lerem e se informarem sobre hábitos saudáveis, cuidados com a higiene e prevenção de doenças, melhor.

Porém, grande parte do que elas leem está incorreta, já que existem muitas informações erradas postadas na rede.

Uma pesquisa realizada pela médica Nathália Monerat, orientada pelo cardiologista Jader Azevedo e divulgada no durante o 30º Congresso de Cardiologia da Socerj (Sociedade de Cardiologia do Estado do Rio de Janeiro), constatou que quase 96% dos vídeos publicados no YouTube sobre as doenças do coração trazem informações incorretas.

De acordo com os dados apresentados, apenas 4,3% apresentavam o conteúdo médico correto.

A pesquisadora encontrou maior número de erros nos termos mais procurados: arritmia cardíaca, hipertensão arterial e insuficiência cardíaca. “Dos 281 vídeos encontrados com essa terminologia (hipertensão arterial), apenas 20 (7,1%) foram considerados minimamente apropriados, contendo informações confiáveis”, disse a médica Nathália Monerat.

Em vez de esclarecer o público leigo, esses vídeos podem colocar em risco a saúde do internauta. Como se não bastasse, o estudo mostra que, de fato, a maioria dos sites traz informações erradas, podendo comprometer o estado de saúde do paciente”, acrescentou em entrevista dada ao portal Uol.

O Google é tão presente na vida dos brasileiros para descobrir e ler sobre a área de saúde que muitos o chamam de “Dr. Google”. “Hoje todo mundo recorre ao ‘Dr. Google’. E quando o assunto é a própria saúde ou de familiares, os riscos são enormes, não só porque as informações podem ser incorretas, mas porque os tratamentos devem ser individualizados. O que serve para um paciente, pode não servir para outro e até mesmo prejudicá-lo“, afirmou Monerat à Uol.

relacao medico e paciente 2

Relação médico e paciente

Nesse contexto, não é raro o caso de pessoas que deixam de tomar uma medicação ou acrescentam algo que o médico não receitou, porque encontraram um depoimento na internet de alguém que se tratou assim e melhorou.

Há quem nem procure o médico, apenas pesquise e se automedique.

As pessoas não sabem que muito do que leem está errado e podem acabar se prejudicando.

A relação médico e paciente vem piorando ao longo do tempo. A facilidade de pesquisa trazida pelo mundo virtual é um dos fatores que colaboram com essa alteração.

Muitos pacientes se queixam das** consultas rápidas e saem cheios de dúvidas do consultório**. Por isso, acabam procurando o Dr. Google para, por exemplo, saber mais sobre a sua doença ou tentar entender um exame que o médico não explicou.

Uma alternativa que pode ser usada pelos profissionais é, além de tentar explicar os exames, a doença e o tratamento com mais calma para que o paciente possa sanar as dúvidas, indicar um site adequado, caso ele tenha a curiosidade de saber mais sobre a doença e o tratamento.

Assim, ele poderá obter conteúdo confiável e correto.

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